Milícias precisam ser enfrentadas, diz Mourão após desabamento no Rio
Segundo prefeitura, grupo paramilitar dificulta a atuação de fiscais do município na região
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O vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou nesta sexta-feira (12) que o governo federal está "muito longe" do desabamento de dois prédios na zona oeste do Rio de Janeiro e que a responsabilidade é compartilhada pela prefeitura do município e governo do estado.
"Para o governo federal esta situação está muito afastada para a gente, né? Porque na minha visão é uma questão da cidade, do município do Rio de Janeiro, da ocupação desordenada do solo, e aí tem o problema do próprio Estado que tem que ter controle sobre determinadas áreas, né?", disse em entrevista à CBN.
O vice disse ainda que o controle do poder público na região é dificultado pelo fato de ser uma área "controlada por facções".
"A gente sabe que aquelas áreas são dominadas por facções, então o que sobra para o governo federal é mais um auxilio ao Estado em relação a alguma necessidade que ele precise ai nessa busca pelos corpos das pessoas que estavam nos dois prédios, e também, num prazo maior, a cooperação com a questão da segurança pública.
Dois prédios residenciais desabaram no início da manhã desta sexta-feira (12), na comunidade da Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos duas pessoas morreram —um homem e uma criança, com identidades ainda desconhecidas—, três estão feridas e outras 17 estão desaparecidas sob os escombros.
Um quarto sobrevivente foi removido dos escombros pelos próprios moradores antes da chegada das equipes de resgate. A vítima foi levada sobre uma porta por moradores até uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que estava a seis quadras do local do acidente.
Por volta das 11h , dois homens chegaram ao hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, a bordo de uma ambulância enlameada: Raimundo Nonato, 41, com escoriações na cabeça, e Luciano Paulo, 38, com escoriações múltiplas.
O bairro onde ocorreu o desabamento é área de atuação de uma milícia. A Prefeitura do Rio de Janeiro afirma que o grupo paramilitar dificulta a atuação de fiscais do município na região. Segundo a gestão Marcelo Crivella (PRB), os dois imóveis que desabaram são irregulares.
Mourão disse que a questão das milícias precisa ser enfrentada de forma conjunta entre União, governo estadual e prefeitura.
"Tem que ser enfrentado [o problema das milícias], não pode se fugir daí, tem que se buscar uma forma de atuação coordenada entre os três entes da federação de modo que o estado desempenha o seu papel. É inadmissível que existam locais em que as forças legais e as próprias trabalhadores de companhia de luz, gaz e água não possam entrar lá", afirmou.
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