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Bombeiros retiram corpo de destroços de avião que caiu na serra da Cantareira, em SP

Aeronave de pequeno porte saiu de Jundiaí e caiu em região de mata fechada na zona norte

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São Paulo

O Corpo de Bombeiros retirou um corpo dos destroços de um avião de pequeno porte que caiu, na manhã desta segunda-feira (2), na serra da Cantareira, zona norte de São Paulo. 

A aeronave saiu de Jundiaí (a 60 km de SP) e tinha como destino o aeroporto de Campo de Marte, também na zona norte da capital paulista.

Sem conseguir pousar devido às condições adversas do tempo, o piloto fez o caminho de volta, mas a aeronave acabou caindo no meio do trajeto, por volta das 9h, em uma região de mata fechada.

Os restos mortais serão levados ao Instituto Médico Legal para identificação. Segundo o capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, nenhum outro corpo foi localizado na região do acidente, mas as buscas continuam.

Os bombeiros também retiraram dos destroços a caixa-preta do avião, um equipamento fundamental para se saber o que provocou o acidente aéreo. O item foi entregue à Aeronáutica.

Foi a Aeronáutica que acionou o Corpo de Bombeiros ao perceber o desaparecimento do avião de seu sistema de controle do espaço aéreo quando ele sobrevoava a região da serra da Cantareira.

Como a região é de difícil acesso, o helicóptero Águia, da Polícia Militar, foi acionado para localizar os destroços. Uma clareira formada pela queda da aeronave ajudou as equipes de resgate a encontrar o ponto exato do acidente. 

Parte dos resgatistas utilizaram, inclusive, a aeronave da PM para acessar o local por cordas usando a técnica de rapel. 

AERONAVE EM SITUAÇÃO REGULAR

O avião é um King Air, bimotor capaz de transportar entre quatro e cinco passageiros.

De modelo C-90, foi fabricado em 2007 pela empresa americana Hawker Beechcraft e tem como proprietário o empresário e pecuarista Setímio de Oliveira Sala.

Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a aeronave estava em situação regular, com Certificado de Aeronavegabilidade (CA) válido até maio de 2024, e a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) em dia até junho de 2020.

O Cenipa (órgão vinculado à Aeronáutica responsável por investigar acidentes aéreos) já iniciou a apuração das causas do acidente aéreo. "O objetivo é coletar dados, fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos", informou a Aeronáutica por meio de nota.

Incêndio causado por queda de aeronave em região de mata na serra da Cantareira - Divulgação

Como funcionam as investigações de acidentes aéreos no Brasil*

Quem pode ajudar com informações?
- Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), com licenças e certificados
- Fabricante da aeronave, com dados sobre o avião
- Sindicatos e outras entidades de classe, com informações sobre as empresas aéreas 

Qual é o protocolo seguido?
NSCA 3-13 (Norma do Sistema do Comando da Aeronáutica), que consiste em:

1) Cenipa forma uma comissão de investigação
2) Preserva o local e indícios
3) Verifica os danos causados à/pela aeronave
4) Coleta e confirma dados
5) Faz um exame detalhado imediatamente após as ações de resgate
6) Gravadores de voo são enviados o mais rápido possível ao Cenipa
7) Cenipa conclui o relatório final da investigação
8) Autoridade aeronáutica o aprova
9) Cenipa deve torná-lo público em sua página na internet

Quem faz o quê

O investigador
- Tem controle e acesso irrestrito à aeronave, aos destroços e a outros materiais, como gravadores de voo
- Deve estabelecer a coordenação com outros órgãos, como polícia, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Anac, Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), entre outros

A autoridade policial
- Deve isolar o local até a liberação pelas autoridades aeronáuticas e pelos agentes da perícia criminal

O operador ou proprietário da aeronave
- Deve prestar todas as informações e documentações solicitadas; se necessário, pode auxiliar na análise de dados

O Cenipa
- Deve fornecer informações relevantes às famílias e sobreviventes

O que acontece quando uma aeronave está desaparecida?
Assim que as buscas acabam, é iniciada uma investigação com os dados conhecidos. Se o avião não for encontrado 12 meses após a ocorrência, a investigação é concluída com os dados existentes

O que é a caixa preta?
É o conjunto de gravadores de áudio e de dados embarcados na aeronave e que em caso de acidente podem fornecer informações sobre o voo

O que é o gravador de voz?
É um dispositivo que capta e registra todos os áudios da cabine de uma aeronave. Com ele, pode-se saber, por exemplo, o que o piloto e o copiloto conversaram, o que o piloto disse à tripulação ou aos passageiros e até eventuais ruídos da aeronave que podem ser importantes na investigação de um acidente, como falhas mecânicas

O que o gravador de dados de voo registra?
A depender do modelo do avião, ele pode registrar dados técnicos como altitude, velocidade, pressão, aceleração, posição do avião, entre outros

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