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Polícia apura agressão por homofobia no parque Hopi Hari, em SP

Mulher diz que levou um soco no rosto em fila no domingo (5) de grupo de homens

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Campinas

A Polícia Civil de Vinhedo (79 km de São Paulo) investiga a agressão sofrida por cinco mulheres no Hopi Hari no último domingo (5). As mulheres, que são homossexuais, dizem que a violência, praticada por três homens, foi motivada por homofobia.

A fotógrafa Gabrielle Amato, 26, foi uma das vítimas. Ela diz que estava com a mulher, Carol Amato, 23, e mais três amigas —duas delas, Mayara Mahmad, 26, e Amanda Bezerra, 19, são namoradas.

Segundo Gabrielle, o grupo estava na fila da Montezum, montanha-russa do Hopi Hari, jogando jokenpô para decidir a distribuição delas no carrinho da atração.

Mayara Mahmad, 26, que diz ter levado um soco por homofobia em fila da montanha-russa no Hopi Hari, em Vinhedo (SP) - Instagram/Reprodução

"Foi quando um homem que estava atrás da gente, junto com um senhor de idade, chegou perto e perguntou se a gente estava brincando. Na hora eu realmente pensei que ele quisesse fazer o jokenpô, porque estava um clima muito leve, a gente estava se divertindo. Perguntei se ele queria brincar e ele ficou furioso. Aí as agressões começaram", disse Gabrielle.

De acordo com ela, o homem mais velho segurou o cabelo de uma de suas amigas e bateu na nuca dela. O mais novo a empurrou. Eles seriam pai e filho, segundo Gabrielle. A vítima disse ainda que um terceiro homem deu um soco na cara de Mayara, que caiu no chão.

Em uma rede social, Gabrielle publicou fotos dos hematomas nela e nas colegas. "Os hematomas passam. Mas a sensação de insegurança fica, é uma situação horrível. Sou casada há dois anos, nunca imaginei apanhar por ser gay", disse Gabrielle.

A fotógrafa conta ainda que esse terceiro agressor disse que Mayara apanhou por ter cara de homem. 

As agressões foram contidas por funcionários e seguranças do Hopi Hari. As vítimas foram levadas para uma sala do parque, onde receberam atendimento médico.

Em seguida, como a Delegacia de Vinhedo não funciona em esquema de plantão, foram para uma delegacia em Carapicuíba registrar boletim de ocorrência —Gabrielle e Carol moram em São Paulo e Amanda, em Santo André. Mayara mora em Sorocaba. A quinta amiga, Natália, veio de Curitiba passar o Ano Novo com as colegas.

Nesta segunda-feira (6), elas passaram por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) de Osasco. Mas, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a investigação ficará a cargo da Delegacia de Vinhedo, cidade onde fica o parque.

A SSP não afirmou se os suspeitos já foram identificados ou ouvidos. A reportagem não conseguiu localizar os agressores ou sua defesa.

No domingo, o Hopi Hari emitiu uma nota sobre o caso afirmando que "repudia veementemente todo tipo de agressão, violência e discriminação, lamenta o ocorrido e se coloca à disposição das vítimas para toda assistência que se fizer necessária".

"De imediato, os colaboradores da atração, bem como nossos seguranças intervieram para interromper o episódio e encaminharam todos os envolvidos para o Serviço de Atendimento ao Visitante (SAV) e para a sala de segurança do parque".

As mulheres, diz a nota, "apresentaram hematomas e receberam atendimento imediato no ambulatório médico do Hopi Hari. As vítimas alegam que as agressões foram motivadas por homofobia. A Polícia Militar foi acionada e está apurando os fatos. As visitantes foram instruídas a realizar exame de corpo de delito e boletim de ocorrência".

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