Siga a folha

Descrição de chapéu Obituário Nair Pereira Barbosa (1935 - 2020)

Mortes: Protagonizou histórias de amizade e solidariedade

Nair Pereira Barbosa trabalhou durante 32 anos no Hospital Infantil Darcy Vargas

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A auxiliar de enfermagem Nair Pereira Barbosa tinha três marcas registradas: a solidariedade, o dom de melhorar a vida das pessoas e o lagarto cozido que fazia aos domingos.

Nair tinha o coração grande, um ombro aconchegante e sábias palavras. Quando as amigas estavam aflitas, entrava em ação a doce conselheira.

“Ela sempre foi referência entre as amigas e as ajudava em todas as situações. Liderava todo mundo”, conta a filha, a jornalista Sonia Maria Barbosa Dias, 53.

Nair Pereira Barbosa (1935-2020) - Arquivo pessoal

As adversidades que enfrentou nunca impediram que seu passo fosse sempre para a frente.

Nair nasceu em Igaporã, no interior da Bahia. Na época, o local não tinha status de município. Por causa dos estragos causados pela seca, seu pai abandonou o lugar e conseguiu emprego em uma fazenda de café, na região de Bauru (a 329 km de SP). Anos depois, quase na adolescência, Nair mudou-se para Mirandópolis (a 594 km de SP).

Quando atingiu a idade adulta, passou a trabalhar como empregada doméstica na capital paulista. Nair fez curso de auxiliar de enfermagem na Cruz Vermelha e em pouco tempo entrou para o Hospital Infantil Darcy Vargas, onde ficou por 32 anos. Paralelamente, atuou em outros hospitais, na mesma área.

Por onde passou, fez amigos. Um grupo a acompanhava desde o início de sua atividade na enfermagem.

Nos últimos tempos, a saudade tinha data e hora para acabar, pois as amigas se reencontravam pelo menos uma vez ao ano. Cada uma tinha sua história especial para contar e Nair foi protagonista de todas.

Ela se casou e teve dois filhos, mas ficou viúva cedo, aos 45 anos. Cuidou dos filhos e enfrentou a vida sozinha. Quando completou 65 anos, refez a vida com um novo companheiro.

Como gostava das atividades comunitárias, entrou para o Lian Gong, uma prática corporal chinesa para eliminar dores e equilibrar corpo e mente.

Devota de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Nair ia à missa todos os domingos. As palavras de coragem e confiança sempre partiam dela.

Nair morreu dia 23 de março, aos 84 anos, por complicações causadas pela Covid-19. Deixa o companheiro, dois filhos e dois netos.

“Ficou uma lacuna provocada pelo coronavírus. Os amigos e familiares não conseguiram se despedir dela. O momento não permitiu”, lamenta Sonia.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas