A simplicidade fez parte do dia a dia de João Felício, professor e um dos principais líderes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), desde o início da vida.
Ele nasceu em Itapuí (a 308 km de SP), mas ainda criança mudou-se para um sítio em Jaú (a 287 km de SP). Seu pai administrava o local e a mãe trabalhava como costureira.
À época, o estilo de vida rural mostrou que a infância poderia ser uma fase feliz, mesmo com os brinquedos e as brincadeiras mais humildes.
Ainda criança, saiu do campo para a cidade. Cursou faculdade em Bauru (329 km de SP) e começou a lecionar aos 22 anos. João era professor de artes para o ensino fundamental e médio, na rede pública estadual.
Sua vida foi dedicada à família, aos amigos, aos professores e aos trabalhadores.
Em 1973, mudou-se para a capital paulista. O estilo de vida e o agito da cidade colaboraram para a fácil adaptação.
Entre 1987 e 1993, foi presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Participou da fundação do PT (Partido dos Trabalhadores), foi presidente da CUT duas vezes e foi o primeiro latino-americano a presidir a CSI (Central Sindical Internacional).
"O João encarava com generosidade as divergências políticas. Tinha espírito democrático e bons argumentos. Tranquilo, lidava de forma respeitosa com as contradições. Foi um dos melhores sindicalistas da história do país. Ele acreditava que era possível construir o mundo com solidariedade e igualdade", diz o irmão, o professor aposentado e assessor sindical Roberto Felício, 68.
"Fomos cúmplices na bolinha de gude, no quadrado, no ginásio, no colégio, na faculdade, na alegria, na tristeza, na luta sindical, nas vitórias e nas derrotas", afirma Roberto.
João Antonio Felício morreu dia 19, aos 69 anos, de câncer no pâncreas. Deixa esposa, dois filhos, uma neta e três irmãos.
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