Incêndio atinge prédio anexo do Museu de História Natural da UFMG
Polícia Federal investiga causas do fogo iniciado na madrugada de segunda (15)
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Um incêndio nesta segunda-feira (15) atingiu um prédio ligado ao Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), na região leste de Belo Horizonte. Não houve vítimas. As causas do fogo são apuradas pela Polícia Federal.
O prédio atingido era um anexo de reserva técnica onde ficava parte do acervo do museu que não estava em exposição. A universidade ainda calcula os danos. Ao todo, o museu tem mais de 265 mil peças de arqueologia, paleontologia, cartografia histórica, arte popular, etnografia, botânica, geologia, zoologia e em biblioteca.
“Certamente é uma área que nos preocupa muito. Três salas foram afetadas, mas só vamos ter realmente notícia quando a perícia for concluída”, diz Mariana Lacerda, diretora do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG.
Ela afirma que a fiação elétrica do prédio foi refeita em 2013. A última vistoria do Corpo de Bombeiros foi realizada em outubro de 2018. Um mês antes, a equipe de uma força-tarefa específica para museus visitou o local e apontou irregularidades, como a ausência de Auto de Vistoria dos Bombeiros (AVCB) e de Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP). Eles voltariam este ano para conferir as adequações.
Por volta das 5h30 desta segunda, um vigia ouviu barulho de uma vidraça estourando; os bombeiros foram acionados perto das 6h, quando o fogo havia se alastrado pelo telhado.
Segundo o tenente Thiago Lobo, coordenador de bombeiro da unidade envolvida na operação, o fogo demorou cerca de vinte minutos para ser controlado. O trabalho de rescaldo no local precisou de três horas e meia para ser concluído, por se tratar de material sensível.
“A gente tenta preservar e a água também danifica. Então, a gente tentou combater um incêndio, na fase do rescaldo, preservando ao máximo o material que não tinha sido atingido”, afirma.
Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, parte do acervo que estava dentro de armários de metal parece ter sido preservada, mas a avaliação só poderá ser feita depois de concluída a perícia pela Polícia Federal. Acionada por se tratar de patrimônio da União, a PF instaurou inquérito sobre o caso. Dois peritos que participaram da perícia no incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, estão na equipe.
Com a pandemia do novo coronavírus, o local estava fechado para visitas, mas os trabalhos de pesquisa seguiam. O Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG tem acervo de mais de 265 mil itens, que inclui peças e espécimes preservados e vivos e o Presépio do Pipiripau, do artista Raimundo Machado.
Considerada tesouro da arte popular do século 20, a obra é composta por 586 peças móveis, distribuídas em 45 cenas, que contam a vida de Jesus Cristo em meio ao cotidiano de uma cidade. A obra não estava local, porque estava em espaço de exposição, segundo a UFMG.
As peças do acervo incluem ainda fósseis, registros paleontológicos da Era Cenozoica (1,8 milhão de anos) e arqueológicos de um período que vai de 12 mil anos ao início do século 20, como registros dos primeiros contatos de povos autóctones com os colonizadores, entre os séculos 17 e 18. Como o local está isolado, a UFMG ainda não divulgou levantamento do que foi atingido.
A área total do museu é de cerca de 600 mil m², que incluem um espaço com vegetação típica da Mata Atlântica, com espécies nativas e exóticas. O museu tem 3.750 livros e 19.134 números de periódicos, nacionais e estrangeiros em sua biblioteca.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters