Mortes: Tornou-se herói ao impedir atentado no Palácio do Planalto
Fernando Murilo de Lima e Silva pilotou um Boeing 737 durante um sequestro e evitou uma tragédia
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O comandante Fernando Murilo de Lima e Silva foi um excelente piloto de aeronaves e da própria vida.
Viveu de forma leve, em respeito à sua natureza e suas convicções. Desapegado, valorizava a família, ética e lealdade.
A esposa, a dona de casa Patricia Maciel, 56, lembra do marido como um piadista, brincalhão e carismático. “O Fernando colocava apelido em todo mundo. As pessoas eram apaixonadas por ele”, conta.
Ambos se conheceram no trabalho —Patrícia era comissária de bordo— e o casamento ocorreu após três meses de namoro.
Nascido no Rio de Janeiro, Fernando prestou concurso e tornou-se cadete da Força Aérea Brasileira, mas não quis continuar a carreira militar. Optou por ser piloto civil.
Em 1988, Fernando tornou-se um herói brasileiro após pilotar um Boeing 737 durante um sequestro e evitar uma tragédia.
Na ocasião, mais de 100 pessoas estavam a bordo. A intenção do sequestrador Raimundo Nonato Alves da Conceição era atingir o Palácio do Planalto e matar o então presidente da República, José Sarney.
Fernando executou duas manobras arriscadas e sem combustível pousou no aeroporto de Goiânia.
O copiloto Salvador Evangelista foi morto com um tiro na nuca após tentativa de contato com o controle de tráfego aéreo. Dois tripulantes também foram baleados.
Na época, José Sarney não lhe agradeceu, mas Fernando foi condecorado com a Ordem do Mérito Aeronáutico e em 2001 recebeu o troféu Destaque Aeronauta, do Sindicato Nacional dos Aeronautas.
O fato, que foi parar no livro “Caixa Preta: O relato de três desastres aéreos brasileiros”, de Ivan Sant’Anna, deve chegar às telas do cinema. Era um sonho de Fernando ver a sua história virar filme.
Fernando viveu seus últimos dias em casa, em Búzios, no Rio de Janeiro, onde sempre sonhou morar.
Gostava de pescar e cozinhar suas especialidades, como peixes, moquecas, frutos do mar e comida árabe.
Fernando Murilo de Lima e Silva morreu dia 26 de agosto, aos 72 anos, de septicemia. Deixa a esposa, dois filhos, dois irmãos e sobrinhos.
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