O país ficou mais pobre com a perda do sociólogo, cientista político, professor e escritor Lúcio Kowarick.
Ele morreu no dia 24 de agosto, aos 82 anos. A causa da morte não foi divulgada.
Um dos pioneiros da sociologia urbana brasileira, Kowarick deixou importante contribuição em pautas como os movimentos sociais urbanos, cidadania, políticas urbanas e o crescimento desordenado das metrópoles.
Jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Bruno Paes Manso foi orientando de Kowarick no mestrado em ciência política da USP.
“Ele teve enorme paciência para ouvir um aluno ansioso, formado nas Redações de jornal, cheio de histórias para contar, mas que ainda precisava aprender a organizar as ideias para saber onde podia chegar com elas”, conta.
“Lúcio foi um pesquisador atento aos processos sociais, econômicos e políticos de uma cidade efervescente, injusta, violenta, criativa, plural, apaixonante, um enigma ainda distante de ser desvendado, que ele ajudou como poucos a entender melhor”, diz Paes Manso.
Lúcio Kowarick graduou-se em ciências políticas e sociais pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo em 1961. Seis anos depois, obteve na França o diploma de estudos aprofundados em ciências sociais.
Ingressou em 1970 como professor na USP, onde defendeu sua tese de doutorado “Marginalidade urbana e desenvolvimento: aspectos teóricos do fenômeno da América Latina”. Passou por instituições em Paris, Londres e Osaka como docente e pesquisador visitante.
Entre os livros publicados, estão “A Espoliação Urbana” (1979), “Trabalho e Vadiagem – A Origem do Trabalho Livre no Brasil” (1987), “Escritos Urbanos” (2000) e “Viver em Risco” (2009), que conquistou o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ciências Humanas em 2010.
Em 2013, Kowarick recebeu o Prêmio Florestan Fernandes, concedido pela Sociedade Brasileira de Sociologia.
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