Mortes: Fez história na educação ao impor respeito com amor
Atualmente, Maria Isabel Valentini Saghy trabalhava como orientadora educacional
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Saber impor autoridade sem ser autoritária era uma das habilidades da professora e orientadora educacional Maria Isabel Valentini Saghy.
A bronca, quando necessária, começava com um olhar que falava por si só. Logo depois, vinha o sorriso encantador, como um bálsamo.
Esse equilíbrio nas emoções também era responsável por Maria Isabel ser querida por alunos, pais e colegas de profissão.
Ela viveu para a educação. Só no Colégio Rio Branco, foram 42 anos de dedicação, segundo sua irmã, a aposentada Maria Olívia Valentini Montenegro, 78.
Nascida em São Paulo, Maria Isabel era a caçula de seis irmãos. O mimo excessivo por parte de uma tia, de acordo com Maria Olívia, lhe deu o título de chorona.
“Cada vez que ela chorava, ganhava um risco no friso de uma porta na copa de casa. O fato ficou famoso na família”, lembra Maria Olívia.
Maria Isabel fez magistério. Casou-se aos 21 anos com Roberto Saghy, hoje com 79 anos. Ambos se conheceram na rua onde moravam, no bairro da Luz (centro).
“Meu pai veio da Hungria com a roupa do corpo, foragido da Segunda Guerra. Namoraram cinco anos e ficaram 53 casados”, conta a filha, a professora Cristina Saghy Kassab, 53.
Após o casamento, Maria Isabel cursou psicologia. Ela iniciou na profissão como vice-diretora de uma escola dentro do Clube Regatas do Tietê (zona norte), extinto em 2012, e de lá foi para o Rio Branco, onde lecionou para o ensino fundamental e depois tornou-se orientadora educacional.
O mimo na infância não impediu que Maria Isabel se tornasse uma mulher forte e determinada. Bem-humorada, era dona de uma conversa leve e talentos culinários.
“Ela gostava de cozinhar e reunir a família. Fazia bacalhau como ninguém e toda festa tinha que ter o ‘sorvete delírio’ dela”, diz Cristina.
Maria Isabel Valentini Saghy morreu no dia 23 de setembro, aos 74 anos, de câncer no pulmão. Deixa o esposo, três filhos e cinco netos.
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