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Governador do Pará provoca aglomeração na abertura da pesca de peixe amazônico

Parte do público estava sem máscara; cidade visitada é a nona com mais mortes no Pará

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Timóteo Lopes
Belém

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), provocou aglomeração ao reunir centenas de pescadores nesta segunda-feir-a (1) na abertura da pesca do mapará, um peixe amazônico, em Cametá, a 328 km de Belém.

O município paraense é um dos nove no estado com o maior número de mortes por Covid-19 —138 óbitos, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Saúde do Pará. Belém lidera o ranking no estado, com 2.825 mortes.

A mãe do governador, a deputada federal Elcione Barbalho (MDB), de 76 anos, também participou do evento ao lado do filho. O registro do evento foi publicado pelo próprio governador em sua conta pessoal verificada de uma rede social. Procurado, o governo do Pará não se manifestou sobre a aglomeração em Cametá.

No Pará, um decreto estadual em vigor desde março do ano passado proíbe aglomerações, que podem ser punidas com multa e até prisão. Além do estado, outros governadores já adotaram medidas restritivas e punitivas para combater o avanço da Covid-19 no país.

O governador Helder Barbalho com a mãe, deputada federal Elcione Barbalho (MDB), 76, em Cametá, no Pará - Jader Paes/Agência Pará

Para o infectologista e pesquisador da Fiocruz Júlio Croda, o Brasil vive o pior cenário desde o início da pandemia e é preciso sensibilizar a sociedade para a gravidade do problema.

"Existe uma associação real entre aglomerações e o aumento de casos de Covid-19. A maioria dos estados e capitais do país já sente a pressão por conta das festas de final de ano e do Carnaval", disse.

"Chegamos a mais de 1.500 mortes em um único dia. Qualquer aglomeração ou reunião com mais de dez pessoas é um risco potencial de transmissão e avanço da doença. O distanciamento social é uma recomendação bastante seguida na Europa. Sem dúvidas, as medidas individuais mais efetivas que temos são o uso de máscara e evitar aglomerações."

Conforme dados do Painel Covid-19, da Secretaria de Estado de Saúde, o Pará já registrou mais de 366 mil casos de Covid-19 e 8.675 óbitos. É o estado brasileiro que menos vacinou a população proporcionalmente em relação ao número de doses recebidas do Ministério da Saúde. Dados do Consórcio de Veículos de Imprensa mostram que apenas 1,6% da população do estado recebeu a primeira dose da vacina.

A Prefeitura de Belém diz que a capital paraense já opera com ocupação de 95,8% dos leitos clínicos e 77,7% dos leitos de UTI da capacidade de vagas. O governo do Pará deve divulgar ainda hoje novas medidas para conter o avanço da pandemia na região metropolitana do estado.

A Unimed Belém, maior rede privada de saúde do Pará, informou que "a demanda de atendimentos aos pacientes com casos suspeitos e confirmados de Covid-19 cresceu na última semana e, consequentemente, a taxa de ocupação de leitos aumentou" e disse que vai ampliar a oferta nos próximos dias.

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