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Descrição de chapéu Obituário Maria de Jesus Carvalho (1929 - 2021)

Mortes: De Portugal trouxe boa comida, amor e serenidade

Casada por procuração, Maria de Jesus Carvalho veio ao Brasil para viver com o marido

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São Paulo

Na Vila Zelina, zona leste da capital paulista, as pessoas costumavam dizer que Maria de Jesus Carvalho marcou o bairro por ser onipresente. Todos os dias, seja no açougue, na padaria ou no comércio local, alguém sempre a encontrava.

Dona de casa, Maria dedicava-se com amor às tarefas. Na cozinha, seu talento chamava a atenção: em suas mãos, até a comida mais simples tinha um toque diferente.

No Natal, gostava de oferecer à família os pratos mais elaborados, como o pernil em vinha d’alhos, o pudim de leite, que batia na mão para ter mais sabor, e os bolos.

Maria de Jesus Carvalho (1929-2021) - Maria Alice Zocchio

Nascida na Ilha da Madeira, em Portugal, Maria era a mais velha de três irmãs e foi a primeira a deixar a família.

Casou-se por procuração com Abel Caldeira, que já morava no Brasil. Em seguida veio ao encontro do marido e casou-se na igreja católica.

Mesmo após muitos anos no Brasil, o forte sotaque português a acompanhou até os últimos dias. Maria abria a porta de sua casa às pessoas assim como os braços para oferecer carinho e o melhor acolhimento. Adorava receber visitas e nunca negava um favor.

Observadora e sem papas na língua, quando algo a desagradava não deixava passar, mas jamais cultivava mágoa e rancor.

Outra marca da sua personalidade era a teimosia. Nos momentos em que buscava a paz e o silêncio não usava o aparelho de surdez, mesmo sob protestos da família.

Aficionada por futebol, não perdia o Campeonato Brasileiro. Torcedora do Santos, tinha o São Paulo como segundo time por causa dos três netos.

“Ela era muito querida, um anjo. Para todos os sobrinhos foi a segunda mãe. Ficava feliz em ver a família progredir. Mesmo de fé católica, respeitava a opção religiosa de todos”, diz o jornalista Guilherme Zocchio Caldeira, 31, seu neto.

Maria também enfrentou dissabores. Perdeu o marido quando tinha 41 anos, segundo Guilherme, e três filhos —dois deles ainda bebês. Mesmo assim, viveu até o último instante com serenidade.

Ela morreu dia 12 de julho, aos 92 anos. Viúva, deixa um filho, três netos e sobrinhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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