O bancário Weber Abuassi Junior fazia planos para a sua aposentadoria: queria passar mais tempo na chácara que havia comprado em Socorro (a 134 km de SP) e continuar se dedicando à arte do plastimodelismo de carros e motos.

A prática chegou a lhe render prêmio, e ele tinha um perfil no Instagram para mostrar as peças de objetos em miniatura feitos de plástico.

A Covid-19 interrompeu seus sonhos. Mesmo seguindo protocolos de proteção, Weber contraiu o coronavírus.

Os primeiros sintomas da doença surgiram no dia 8 de junho. Seu teste deu positivo três dias depois, pouco antes do começo da vacinação para a sua faixa etária. Foi internado em 17 de junho, intubado no dia 24 e morreu no dia 9 de julho, aos 55 anos.

O mais novo de três filhos era paulistano, descendente de uma família de libaneses. Morava na Vila Mascote, na zona sul da capital paulista, com a esposa Andreia Bonani Bregieiro e os filhos Vitor e Maria Luiza. Formado em administração de empresas, trabalhava no banco Santander.

Weber provocava risos e sorrisos. “Ele era alegre, engraçado, divertido, inventava piadas e deixava os momentos em família muito agradáveis. Generoso, carinhoso e companheiro, foi excelente marido, pai e tio presente e amigo”, diz a funcionária pública Camila Abuassi, 36, sua sobrinha.

Ele gostava das coisas simples da vida, como o almoço de domingo e ficar perto da família.

“É uma perda que dói profundamente, porque o Junior se vai num momento em que já existem vacinas e a esperança de combate a essa terrível doença. Causa desamparo e indignação saber que, como ocorreu com mais de 530 mil brasileiros, sua morte poderia ter sido evitada", diz ela.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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