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Cátedra Otavio Frias Filho debate união da ciência e do jornalismo em abordagens sobre o racismo

Conferência online na USP com pesquisadores abordou novas possibilidades do Índice Folha de Equilíbrio Racial

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São Paulo

O aprofundamento das possibilidades de geração de novos dados a respeito da questão racial no Brasil e a produção científica e jornalística de qualidade usada para embasar debates sobre o racismo no país estiveram no centro das discussões do evento online sobre o Índice Folha de Equilíbrio Racial (Ifer) nesta quarta-feira (14).

A conferência foi realizada pela Cátedra Otavio Frias Filho de Estudos em Comunicação, Democracia e Diversidade, criada pela USP em parceria com a Folha, e contou com a presença dos pesquisadores do Insper Alysson Portella, Sergio Firpo e Michael França (que também é colunista do jornal). O evento foi mediado por Érica Fraga, repórter especial da Folha.

A busca pelo aprofundamento das razões que tornam uma região brasileira mais ou menos desequilibrada em relação à inclusão racial, por exemplo, e a análise de impacto de políticas públicas no enfrentamento de distorções educacionais entre brancos e negros foram alguns dos pontos levantados como futuros campos de avanço para o índice.

Cerimônia virtual de posse de Muniz Sodré como titular da Cátedra Otavio Frias Filho, na USP - Marlene Bargamo/Folhapress

“Fiquei realmente entusiasmado com o índice. O fato de o estudo ser baseado em evidências me leva a pensar nos ganhadores do Nobel e Economia, que caracterizam seus feitos como experiências naturais que, no meu entendimento, são a aproximação dos números com a vida real. É uma métrica atenta à vida concreta brasileira”, disse o professor Muniz Sodré, primeiro titular da cátedra, professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos pesquisadores brasileiros mais influentes da área de comunicação.

Além de Sodré, a conferência teve como comentaristas André Chaves de Melo Silva, coordenador acadêmico da cátedra, Claudio Tognolli, da Escola de Comunicação e Artes da USP, e Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha.

A primeira parte da apresentação foi dedicada às explicações sobre a metodologia dos dados estatísticos gerados para o Ifer, que abrangem educação superior, renda e longevidade. Érica Fraga falou a respeito do tratamento jornalístico dado às informações produzidas, que originaram a série A Cor da Desigualdade no Brasil.

Muniz Sodré destacou ainda a importância do índice para o “jornalismo construtivo”, que busca refletir sobre soluções para demandas sociais e a construção de caminhos para enfrentar problemas em uma sociedade.

“O índice é numérico e pode assustar, no início, com sua abordagem matemática, mas ele é claro e simples. Esse estudo é jornalismo construtivo”.

André Chaves destacou a importância de saber detalhadamente como os dados do Ifer foram gerados.

“Saber como os dados surgiram é muito importante. A metodologia clarifica e qualifica o debate. O grande objetivo da cátedra é trazer ciência para o debate da diversidade e de todas as questões que envolvem a diversidade, raciais e outras tantas, que são tão urgentes e tão caras à democracia e ao equilibro que estão faltando neste país”, afirma.

Segundo ele, “equilíbrio da vivência e da convivência, que perdemos muito nos últimos anos, com tensões de fundamentalismos e de muita violência no sentido físico e outros modos. O índice ajuda a pensar o Brasil em outro patamar.”

Para Vinicius Mota, o jornalismo avança e se beneficia com a produção acadêmica de alto nível. “Ele [o jornalismo] produz olhares novos que podem descrever uma realidade. Em colaboração com pesquisadores, conseguimos, às vezes, construir algumas lentes que ajudam a contar histórias mais analiticamente”.

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