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Secretário de Doria reconhece cenário de crise hídrica no estado de SP

Risco de falta de abastecimento por causa da escassez de chuvas vem sendo negado pela Sabesp

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São Paulo

O secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do governo de São Paulo, Marcos Penido, disse nesta quinta-feira (7) que o estado vive uma crise hídrica, cenário que vem sendo negado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

"[Estamos] vivendo hoje uma situação de crise hídrica que se apresenta", disse o secretário durante lançamento do programa Água é Vida, no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

"Quando tivemos a crise de 2014 e de 2015, achávamos que isso iria ocorrer de novo dali a 20, 30 ou 40 anos. Passaram-se cinco anos e estamos novamente com esse mesmo dilema. Não podemos ficar de braços cruzados e ir atacando na emergência, fazendo medidas paliativas ou corretivas", continuou o secretário.

Sistema Cantareira opera abaixo de 30% de sua capacidade - Bruno Santos/ Folhapress

O cenário de risco de falta de abastecimento de água devido à falta de chuvas vem sendo negado pelo presidente da Sabesp, Benedito Braga. Segundo ele, não existe esse prognóstico, e a avaliação sobre a situação dos mananciais é feita a cada semana.

"Não há perspectiva de crise hídrica até o final da primavera e início do verão. Está prevista uma semana chuvosa a partir de domingo", disse Braga à Folha no dia 1º.

Mesmo assim, moradores da região metropolitana de São Paulo têm sofrido com a redução da pressão, além da falta de água em determinadas horas do dia.

Após a publicação desta reportagem, o secretário Penido afirmou que sua declaração sobre crise hídrica foi em relação aos municípios que não são abastecidos pela Sabesp. "Crise hidrica é um jargão para falar que estamos vivendo uma estiagem severa", disse.

Segundo o secretário, no estado atualmente, nove municípios atendidos pela Sabesp e outras 27 cidades sem o sistema de abastecimento vivem uma situação crítica de falta de abastecimento que demanda rodízio.

"Nenhum município ligado ao sistema Cantareira, Alto Tietê e Rio Grande, que abastecem a região metropolitana de São Paulo, enfrenta problema de abastecimento", disse.

De julho a setembro, segundo dados fornecidos pela empresa, a Sabesp retirou quase o triplo da água que entrou no sistema Cantareira, que abastece cerca de 7 milhões de pessoas diariamente. A relação é de 22,7 m³ por segundo de água retirada a cada 8,5 m³ por segundo de água que entra no reservatório.

O projeto Água é Vida, anunciado pelo governo estadual nesta quinta-feira, prevê investimento de R$ 400 milhões para abastecer 2,1 milhões de habitantes do estado que vivem em municípios onde não há sistema de água implantado. A Sabesp abastece 370 dos 645 municípios do estado.

De acordo com o secretário Penido, o projeto irá instalar 138 poços para a retirada de águas subterrâneas e estruturas de armazenamento, além de obras de desassoreamento de rios e recuperação da vegetação de mananciais.

"Estamos preparados para eventos que poderão vir quiçá no ano que vem, esperamos que não, mas temos que estar preparados", disse Penido em relação à crise hídrica no estado.

O mesmo programa foi lançado pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) no estado em novembro de 2011. Na ocasião, foram investidos R$ 452,3 milhões para levar água a 81 comunidades de 30 municípios das regiões do Alto Paranapanema e do Vale do Ribeira que não têm sistema de abastecimento.

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