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Mortes: Amou a família, a academia e a medicina

Geraldo Antônio de Medeiros Neto foi endocrinologista e professor da Faculdade de Medicina da USP

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São Paulo

Entre os filhos e netos era visto como um homem imponente, o chefe da família. Gostava de sentar-se à ponta da mesa, ganhava a maior xícara nos cafés da manhã em família e era o dono da risada mais alta da casa. Na medicina, ficou conhecido como um pesquisador dedicado, comprometido com os estudos da tireoide.

Geraldo Antônio de Medeiros Neto nasceu e viveu em São Paulo. Estudou no tradicional Colégio São Luís e foi admitido na FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) para cursar medicina.

Escolheu a endocrinologia como especialização. Apaixonado pelos estudos, teve a oportunidade de atuar durante dois anos como pesquisador e clínico no Massachusetts General Hospital, da Universidade Harvard (EUA).

Geraldo Antônio de Medeiros Neto (1935-2022) - Acervo pessoal

De volta ao Brasil, garantiu uma cadeira como professor na USP (Universidade de São Paulo), chefiando o Laboratório de Tireoide. Permaneceu na docência até 2005, quando se aposentou. Continuou, porém, orientando alunos de pós-graduação.

Foi um grande defensor da iodação do sal, um método utilizado para combater doenças crônicas causadas pela carência do iodo. Em 1986, fundou o ICCIDD (conselho internacional para controle de distúrbios por deficiência de iodo, em português), organização com representantes de diversos países, da qual foi diretor por quatro anos. ​

Ainda na juventude se casou com Suzana Maria Pereira Lopes de Medeiros, com quem teve os filhos Marcelo, Fabio, Camila e Fernando.

De todas as paixões, a esposa era a principal. Foram casados por mais de 62 anos, dividindo as principais conquistas da vida.

Além de Suzana e da medicina, também era apaixonado pela leitura. Entre os seus livros preferidos estava a biografia de Napoleão Bonaparte. Tal qual o francês, os filhos e netos reconheciam Medeiros como um líder, o chefe da família, apelidando-o carinhosamente de Capo.

Tinha um carinho especial pelos netos. Para os aniversários guardava um presente diferente: palmadas leves, de brincadeira, "para ajudar a crescer". Bastava ver o avô no dia do parabéns que a diversão começava. As crianças corriam para não serem pegas –quando o que queriam, na verdade, era serem agarradas por ele.

"É uma lembrança que eu guardo com muito carinho. No nosso aniversário, ele sempre dava umas palmadinhas que ele dizia que eram para gente crescer. Mesmo quando a gente ficou grande, às vezes ele ainda fazia isso", conta a neta Gabriela Campiglia de Medeiros, que, inspirada pelo avô, cursa medicina.

Geraldo Antônio de Medeiros Neto morreu em 21 de janeiro, aos 86 anos. Além dos filhos e da esposa, deixa os netos Lucas, Diogo, Gabriela, Pedro, Guilherme, Mariana, Gabriel, Rodrigo e Luis Felipe.

​​coluna.obituario@grupofolha.com.br

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