Mortes: Apaixonada por viagens, sempre tinha uma mala pronta para ir

Muito bem-humorada, Maria Alarcon Martins era boa com plantas e o pilar da família

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São Paulo

Era com muito bom humor que Maria Alarcon Martins levava a vida. Engraçada, comandava a bagunça nas reuniões de família e fazia todos rirem.

No Natal, era tradição dos familiares trocarem presentes no amigo-secreto, e Maria fazia questão de organizar a brincadeira tirada no papelzinho. Ela sempre dava um jeitinho para um parente tirar o outro. Na hora da revelação, a família percebia a coincidência e caía na risada.

"Ela era muito engraçada. Você olhava assim pra ela e via aquela vozinha, pequeninha, mas não fazia ideia do tanto de besteira que essa mulher falava", afirma Fabiana Martins, neta de dona Maria.

Imagem em primeiro plano mostra, em destaque, mulher idosa posando para foto. Ao fundo, se vê vegetação
Maria Alarcon Martins (1928-2022) - Arquivo pessoal

Pilar da família, sempre cuidou de todos e era uma cozinheira de mão cheia. "O pãozinho era o símbolo dela. Desde pequenininha [eu lembro que] a gente sentava à mesa e ela dava o pãozinho pra gente", lembra Fabiana. A bala de coco era outra das suas especialidades.

Maria também tinha mão boa para cuidar de plantas. Em sua casa, tinha um jardim cheio delas. Gostava também de ganhar e presentear as pessoas com um vasinho. Se alguém chegava com uma planta morrendo, ela logo passava a mão e cuidava. "Ela tinha esse poder de fazer a planta reviver", conta Fabiana.

Outra coisa de que Maria gostava muito era viajar. Não recusava convites para pôr o pé na estrada e, por isso, sempre tinha uma malinha de reserva já pronta com uma muda de roupa caso o convite chegasse. "Eu achava engraçada essa malinha dela, ela já deixava pronta porque dizia: ‘vai que alguém passa e me convida’", diz a neta.

Sobre sua infância e passado, Maria preferia não falar, e a família respeitava. Segundo a neta, porque ela sofreu muito. Os parentes consideram, inclusive, que a história dela começou de fato assim que se casou. "Meu avô que a salvou de toda a situação que ela passava", conta Fabiana.

O casamento durou mais de 60 anos, e eles moravam em Monte Santo de Minas, no sudoeste de Minas Gerais. Dona Maria teve oito filhos, sendo que um "não vingou" –morreu no parto–, como ela dizia.

"Minha avó passou por muita coisa, ela teve câncer, AVC, já caiu. Nos despedimos dela umas oito vezes, mas ela sempre voltava. Dessa última vez foi estranho ela não ter voltado", afirma a neta.

No último dia 20, Maria Alarcon Martins morreu, aos 94 anos, por complicações depois de uma pneumonia. Ela deixa sete filhos, 12 netos, quatro bisnetos, muitas noras, genros e netos de consideração.

​​coluna.obituario@grupofolha.com.br

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