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Descrição de chapéu Interior de São Paulo

Polícia investiga colocação de cacos de vidro em calçada em Campinas

Obra ilegal teria sido feita para afastar moradores de rua e usuários de droga do local

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São Paulo

"Uma obra irresponsável." É assim que o gerente de produção Renato Correia classifica a fixação de cacos de vidro em um recuo na calçada da empresa na qual ele trabalha. A intenção da ação seria a de afastar moradores de rua e usuários de drogas do local.

O caso ocorreu no início de abril, na rua Justiniano de Melo Franco, no bairro Jardim Campos Elíseos, em Campinas, interior de São Paulo.

A suspeita é de que restos de vidro pontiagudos e cacos de garrafas quebradas tenham sido colocados por pedreiros a mando da vizinha da empresa, que já havia se queixado da permanência de pessoas no local.

A denúncia contra a mulher partiu de outros vizinhos.

Cacos de vidro, entre eles restos de garrafas quebradas, foram concretadas em recuo de calçada em Campinas (SP) - Divulgacão

A reportagem não conseguiu contato com a mulher suspeita de ser a mandante da obra.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que o caso foi registrado pela Delegacia Eletrônica e encaminhado ao 2° DP de Campinas, que apura a ocorrência.

Conforme Correia, a colocação dos vidros ocorreu no primeiro final de semana deste mês. "Ficamos sabendo dessa obra irregular na segunda-feira (4), por volta das 11h30, por um vizinho."

O gerente disse que o recuo na calçada fica atrás da entrada principal da empresa e, por esse motivo, não é um local visto diariamente.

Surpresos com a atitude da mulher, os responsáveis pela empresa sinalizaram o local com faixas e avisos de que a obra era irregular. Textos escritos em folha sulfite indicavam quem havia sido o autor do feito.

Correia relatou que, preocupados com a situação, decidiram registrar um boletim de ocorrência.

Segundo ele, diante da repercussão negativa dos vidros na calçada, a vizinha teria contratado pessoas para que removessem o material no último dia 5.

Cacos de vidro, entre eles restos de garrafas quebradas, foram concretadas em recuo de calçada em Campinas (SP) - Divulgação

"Essa vizinha já estava reclamando que pessoas ficam naquele canto para dormir e usar drogas. A empresa, para inibir este problema, instalou um holofote que fica ligado todos os dias das 18h às 6h", disse Correia.

O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, tem realizado publicações em suas redes sociais de casos em que pessoas recorrem a intervenções para afastar moradores de rua de suas propriedades.

"O aumento do número de pessoas em situação de rua consequentemente aumenta a rejeição. E essa rejeição frente a esse aumento tão grande da pobreza, da miséria, da vulnerabilidade traz à tona comportamentos extremamente agressivos como o dessa pessoa em Campinas", afirmou.

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