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Quiosque em homenagem ao congolês Moïse é inaugurado no Rio

Jovem de 24 anos foi espancado até a morte em janeiro deste ano

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Rio de Janeiro

O quiosque Moïse, em homenagem ao congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, espancado até a morte em janeiro deste ano, foi inaugurado na tarde desta quinta-feira (30), no Parque de Madureira, um dos espaços de lazer mais importantes da zona norte do Rio de Janeiro.

O alvará de funcionamento do estabelecimento foi entregue pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) à Lotsove Lolo Lavy Ivone, mãe Moïse, e aos demais familiares presentes no evento de abertura.

A data da inauguração coincide com o aniversário dos 62 anos da independência da República Democrática do Congo.

O artista Paulo Foguinho se apresenta na inauguração do quiosque Moïse, no Parque Madureira Mestre Monarco, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli/Folhapress

O restaurante é uma iniciativa da prefeitura e da Orla Rio, concessionária responsável pela operação e manutenção de quiosques e postos do balneário carioca.

Moïse Mugenyi Kabagambe, 24, foi encontrado sem vida na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, em 24 de janeiro deste ano. Ele foi espancado até a morte no quiosque onde trabalhava como ajudante de cozinha. À época, familiares dele disseram à imprensa que ele foi cobrar salários atrasados.

Rodrigo Mondego, integrante da Comissão de Diretos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio, falou em nome da família de Moïse.

"Ele era solícito, prestativo, sempre pronto para ajudar quem necessitava. O quiosque é para que ninguém se esqueça de Moïse no Brasil e no mundo."

O prefeito Eduardo Paes faz a entrega do quiosque Moïse para a família Kabagambe - Eduardo Anizelli/Folhapress

Após provar um dos bolinhos que fazem parte do cardápio do "polo cultural congolês", como Paes definiu o espaço, o prefeito lamentou o ocorrido e disse que Moïse sempre fará parte da história da cidade.

Em seu discurso, antes de inaugurar a placa em homenagem ao refugiado, o prefeito afirmou que o quiosque é um símbolo de resistência antirracista no Rio.

"Esse lugar significa uma forma de melhorar as condições de vida de uma família que passou por um episódio traumático", disse Paes. "A nossa obrigação é mostrar que essa cidade é acolhedora e aceita a todos".

A estrutura do quiosque de 154 m² é semelhante aos estandes das praias de Copacabana, Ipanema e Barra. A construção levou 150 dias.

A decoração foi inspirada nas origens de Moisés. A bancada de atendimento é coberta por pinturas de grafismos africanos, e a cobertura branca, no topo do quiosque, tem dois suportes com bandeiras do Congo.

Antes da abertura oficial, a banda Terremoto Clandestino fez uma apresentação com diversos ritmos congoleses para celebrar e lembrar a ancestralidade de Moïse. As origens do jovem congolês também foram lembradas na performance Paulo Foguinho, que encenou danças africanas.

Atrás da loja, há um espaço coberto com mesas e cadeiras com capacidade para acomodar até 60 pessoas.

A procuradora da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Mariana Rodrigues, disse que a investigação ainda está em andamento. Ainda não houve audiência sobre o caso.

"Estamos hoje com três réus respondendo pelo crime de homicídio e três réus por crime de omissão. A defensoria está auxiliando a família e e eles vão analisar se vão entrar com um processo. A OAB continua acompanhando outras pessoas que trabalhavam no quiosque", disse a procuradora.

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