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Descrição de chapéu Obituário André Paulo de Almeida Teixeira (1973 - 2022)

Mortes: Feirante se dividia entre duas paixões, as frutas e a família

Quando criança, André Paulo de Almeida Teixeira se escondia debaixo das barracas que os pais montavam nas feiras

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São Paulo

A rotina do feirante André Paulo de Almeida Teixeira era se dividir entre suas duas paixões, o trabalho e a família. De madrugada, enquanto todos ainda dormiam, ele já estava de pé nas feiras das ruas de Guarulhos, na Grande São Paulo, para vender frutas.

André já trabalhava de madrugada quando conheceu em uma lanchonete de Santana, na zona norte paulistana, aquela que em dez anos seria sua mulher e mãe dos seus filhos, a embriologista Christina Morishima, 46. "Nessa época ele já tinha devoção pelo trabalho na feira", afirma ela.

Christina diz que André contava que quando criança se escondia debaixo das barracas que os pais montavam nas feiras de São Paulo, onde ele nasceu, para observar aquele universo de variedade de cheiros, produtos e sons.

"Ele tomou gosto pela profissão, apesar da mãe dele, a dona Irene, querer que ele fizesse outra coisa, já que essa rotina de madrugada não é fácil", afirma Christina.

O feirante André Paulo Teixeira (à dir.) com os filhos Felipe e Andressa, e a esposa Christina (entre os jovens) - Arquivo pessoal

A maior paixão de André eram os filhos Felipe, 17, e Andressa Morishima Teixeira, 19, diz a embriologista. "Era o maior orgulho da vida dele."

Os irmãos lembram que quando pequenos adoravam acompanhar o pai nas feiras e eram os responsáveis pelos morangos. Para atrair a clientela, segundo Felipe, eles criaram uma música. "Era assim: ‘Au, au, au, morango a R$ 1’. A gente mais zoava que trabalhava, mas meu pai se divertia", diz ele.

Andressa lembra da viagem em janeiro para Brotas, interior paulista, a última da família. "Ele estava todo aventureiro, fez rafting e tirolesa."

Em maio deste ano, André decidiu ampliar seus negócios e abriu uma frutaria em Guarulhos. Semanas depois, outro motivo para sentir orgulho: sua filha, estudante de direito bolsista pela FGV (Fundação Getulio Vargas), iria viajar pela primeira vez sozinha a Brasília, para participar de evento sobre as eleições.

"Meu pai sempre dizia que eu seria juíza. Voltei de Brasília numa quarta-feira e não tive a oportunidade de contar para ele como foi. Dois dias depois, ele estaria morto", lamenta Andressa.

Em 24 de junho, André acordou cedo para ir comprar frutas com seu caminhão. Quando voltava para Guarulhos, ligou para a esposa para avisar que estava passando mal. "Foi a última vez que nos falamos. Ele foi arrancado de nós."

André teve um infarto agudo do miocárdio aos 49 anos. Ele deixa a mulher, dois filhos, os pais e dois irmãos, além de tios, primos e amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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