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Fernando de Noronha enfrenta desabastecimento por restrições de voos

Decisão foi tomada devido à necessidade de manutenção da pista do aeroporto local

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Campinas

O arquipélago de Fernando de Noronha (PE) já começou a sofrer com a falta de produtos e mercadorias, segundo comerciantes da região.

O problema é reflexo da restrição imposta pela Anac (Agência Nacional de Avião Civil) no último dia 12 a pouso de aeronaves turbojatos no local. A decisão, que vale por tempo indeterminado, foi tomada devido à necessidade de manutenção da pista do aeroporto.

A medida foi imposta, segundo a Anac, devido à necessidade de manutenção da pista do aeroporto, o que gera risco à segurança das operações, dos passageiros e dos tripulantes. A decisão vale até que os problemas sejam resolvidos.

Lino Wessen, dono de uma farmácia em Fernando de Noronha - Reprodução TV Globo

A GOL atendia Fernando de Noronha com dois voos diários que saíam do Recife, ambos suspensos por causa da restrição. Já a Azul informou que conseguiu adequar as operações em outro tipo de aeronave e planeja voos exclusivos de carga a partir de novembro.

A chegada de medicamentos em Fernando de Noronha está comprometida, segundo Lino Wessen Sultanum, proprietário da farmácia Mix da Ilha.

De acordo com ele, os medicamentos chegavam por avião diariamente, o que deixou de ocorrer.

"Antes eu trazia 95% das mercadorias de avião, mas agora está 100% via barco porque eu não consigo vaga de transporte aéreo. Aumenta o tempo e o custo", afirmou o comerciante.

"Eu comprei medicamentos, sucos, produtos de higiene, no dia 12 de outubro, mas nem saiu de Recife ainda. De lá, vai de caminhão para Natal e de Natal vem de barco para Noronha, mas precisa esperar dias no porto para conseguir vaga. O processo todo pode levar 25 dias", conta.

"É um efeito cascata. O avião trazia 6 toneladas, agora tem de ser no barco, aí as pessoas compram mais para evitar a falta. Os barcos ficam superlotados. O abastecimento da ilha é algo sensível", diz Lino.

lguns itens já estão em falta por conta do aumento da demanda.

"Hoje estão em falta remédios antidepressivos, ansiolíticos. Aumentou a venda, mas eu não consigo repor. Tem pousadas e guias que estão tendo de devolver para os turistas o dinheiro que receberam adiantado. Mas o turista desiste da viagem e quer o dinheiro na hora, mas muitos já usaram o valor. A situação está complicada", disse.

Paulo Henrique Campos, um dos proprietários da Farmácia da Mãezinha, concorda com o colega.

Segundo ele, há dificuldade para conseguir produtos.

"A gente passou quatro dias sem receber nada de farmácia. A gente está sem xarope para tosse, por exemplo. Nosso estoque já está 50% menor, e tivemos queda de 40% nas vendas", diz.

O empresário conta que o estoque não é muito grande normalmente para evitar deixar os produtos vencerem.

"Quando as pessoas precisam de um remédio específico que não tem aqui, a gente manda buscar e chegava de avião no dia seguinte. Mas até isso prejudicou porque tem que mandar vir de barco. São três dias de viagem depois que embarca. Mas pode levar uns 10 dias no total, em tempos normais", conta.

"O avião turbojato levava mercadoria e 130 pessoas. O de agora só traz 70 pessoas e menos mercadorias", explica. Não tem como dar conta", diz.

O dono de um mercado, que preferiu não se identificar, diz que diariamente recebia até uma tonelada de mercadoria por dia, via avião, o que não acontece mais agora.

A Gol informa em nota que assim que a pista do aeroporto estiver liberada, retomará suas atividades.

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