Siga a folha

Descrição de chapéu Obituário Nícia Cherem Ribas (1950 - 2023)

Mortes: Abraçou causas sociais com generosidade

Nícia Ribas ajudou a preservar praia com o mesmo zelo que tinha pela família

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Nícia Ribas foi a primeira entre os netos a nascer na casa da avó, em Tijucas, Santa Catarina, em 1950. O fato virou anedota para se apresentar e quebrar o gelo com os colegas de escola em Curitiba, para onde a família se mudou no começo de sua infância.

Era difícil explicar que seu nome não era Nilce nem Nilcéia, mas Nícia, bem original, diz a irmã Lúcia Cherem, 63. "Minha mãe deu esse nome que era de uma tia nossa porque achava muito bonito, mas deu trabalho."

Na juventude durante a ditadura militar, tinha discussões com o pai, que achava o curso de serviço social da UFPR (Universidade Federal do Paraná) coisa de gente subversiva. Achou melhor enveredar pelo jornalismo.

Nícia Cherem Ribas (1950-2023) - Arquivo pessoal

Já casada, passou a viver no Rio e dirigiu a comunicação da extinta Telerj, estatal de telefonia fluminense. Com a modernização do setor, foi para a Telefônica, mas não gostou do clima hostil e pediu a aposentadoria.

Foi como freelancer que Nícia desenvolveu os projetos que queria. Um deles foi construir a genealogia da família, que virou o livro "Entra, a casa é tua!", em que ela conta a história do avô, Benjamim Gallotti, e dos parentes espalhados por Brasil e Itália.

A casa no título do livro é o Casarão Gallotti, onde Nícia nasceu. Cumprindo a última vontade da avó, Maria Gallotti, ela ajudou a doar o imóvel ao município de Tijucas. Hoje o espaço é um museu e sede da secretaria de Cultura da cidade.

Engajada em projetos sociais, conseguiu articular e fazer reportagens sobre a proteção da praia de Porto Belo, em Santa Catarina, contra empreendimentos imobiliários.

"Tanto fez que é a única praia que sobrou na região de Camboriú e Itapema", diz Lúcia.

Reunia gente em casa, incluindo colegas de trabalho, e celebrava a vida e a família, sempre ao som de Chico Buarque.

Ela descobriu tarde um câncer no intestino. Os duros tratamentos não tiraram sua alegria de tocar os projetos e curtir a família. "Muito positiva, um exemplo para a gente", diz a filha, Renata Ribas, 42.

Internada, não conseguiu ir a um show de Chico. "Aí presenteou amigos, eles foram e mandavam vídeos, fotos, foi uma maneira de participar", diz Renata.

Nícia Cherem Ribas morreu em 10 de fevereiro, aos 72 anos, no Rio de Janeiro. Deixa o marido, José Bonifácio Mader Ribas, 74, as filhas Camila e Renata e três netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas