Mortes: Tinha o riso fácil e encarava a vida com leveza
Pressa ou afobação não faziam parte do dia a dia de Dairce Maria Pereira da Silva
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Dairce Maria de Jesus Pereira, conhecida por todos como Dui, fazia e vivia tudo no seu próprio tempo. A pressa ou a afobação não faziam parte de suas características. Andava sempre com um sorriso no rosto, mesmo nos momentos difíceis e de preocupação, mas a leveza diante da vida sempre estava com ela.
Dui nasceu em Herculândia (a 506 quilômetros de São Paulo), cidade com cerca de 9.500 habitantes, em uma família de sitiantes. Era a mais nova entre as filhas mulheres. Parte de uma família muito grande, tinha oito irmãs e dois irmãos.
A família era simples, e a subsistência demandava sacrifícios. Com os irmãos, todos ainda crianças, precisava trabalhar na lavoura, que ia mudando a cultura de tempos em tempos.
O trabalho era diário, de sol a sol. Após anos cuidando de sítios em Herculândia, os pais decidiram se mudar para Campinas, também no interior paulista, para que os filhos tivessem acesso a melhores oportunidades de emprego.
Dui e a maioria dos irmãos chegaram a Campinas ainda adolescentes e logo precisaram trabalhar para ajudar o pai a pagar o aluguel e a manter todos os custos de uma família grande.
Estabeleceram-se no Parque Brasília, onde a maioria vive até hoje. Dui logo começou a trabalhar como empregada doméstica em diversas residências. Casou-se, teve três filhos, mas jamais abandonou a profissão, sempre buscando oferecer o melhor para seus três filhos.
Dui adorava se reunir com as irmãs e os sobrinhos. Ao chegar, cumprimentava com seus gritinhos característicos. Mantinha o bom humor, contava piada e fazia as pessoas ao redor rirem.
Se ela estivesse presente, não tinha silêncio. A vida acontecia.
"Ela era preocupada com a gente. Fazia de tudo para agradar aos filhos e aos netos e demonstrava grande amor por eles. Mas, se tivesse que falar, dar bronca, ela também dava", diz Rafael Pereira da Silva, o primogênito.
"O que eu mais gostava de fazer era pôr o papo em dia com ela. A gente gostava muito de conversar até altas horas, bebendo uma cervejinha", afirma o filho.
Dui morreu no último dia 27, aos 62 anos, vítima de complicações cardíacas. Além de Rafael, deixou os filhos Daniel e Muriel, os netos Vitor e Juan e cinco irmãs.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters