Dono de uma oratória fora do comum, José Papa Júnior era capaz de cativar diversas plateias com seus discursos. Descendente de italianos, nascido na capital paulista, se destacou no ramo dos negócios.
Conhecido como Zizinho Papa, nasceu no bairro do Ipiranga e estudou no tradicional Colégio São Bento. Junto dos irmãos, fundou o banco Lavra, uma fábrica de aço e ainda uma revenda de veículos.
Fazia sucesso entre o empresariado e ganhou relevância no meio político. Em 1982, candidatou ao Senado. Seu nome foi cotado para ser candidato a vice-presidente da República na chapa que elegeu Fernando Collor, em 1989.
Zizinho foi presidente da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) de 1969 a 1984, fundou o Sesc Pompeia e foi um dos responsáveis por consolidar o sistema Sesc (Serviço Social do Comércio) e Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
"Ele ajudou muita gente, era muito reconhecido na sociedade, em São Paulo, no Rio de Janeiro, no país todo, diz Fauzi Hamuche, presidente da Confraria Caves, da qual Zizinho Papa era membro.
Zizinho fazia parte da confraria desde 1996. A entidade tem mais de 200 membros como médicos, advogados, empresários e diversos políticos, que se reúnem regularmente para debater temas da atualidade, estreitar os vínculos e, claro, beber vinho.
"Ele era um homem muito generoso, um homem atencioso, um homem que nunca deixou um amigo com qualquer assunto pendente. Se precisasse dele, ele era extraordinário", completa Hamuche.
Um exemplo dessa disposição em ajudar foi quando hospedou o vizinho e amigo Edemar Cid Ferreira, na ocasião que o ex-banqueiro foi despejado de sua casa no Morumbi, que foi levada a leilão devido às dívidas do Banco Santos, que faliu.
Zizinho morreu aos 82 anos, em decorrência de complicações pulmonares, em 13 de fevereiro. Era divorciado e deixou três filhos e netos.
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