Descrição de chapéu Obituário Ricardo Santacatharina (1965 - 2023)

Mortes: Ensinou o valor da humildade e dos momentos da vida

Ricardo Santacatharina seguiu a profissão do pai, ferramenteiro, e ouvia de Flávio Venturini a Queen

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São Paulo

Ricardo Santacatharina tinha os pais, Fernando e Maria Francisca, como referências para a vida. Profissionalmente, espelhou-se em Fernando e seguiu a carreira de ferramenteiro.

Paulistano, nasceu exatamente onde foi construída a estação de metrô na Vila Guilhermina (zona leste). Com a desapropriação do local, a família se mudou para outra rua do bairro.

Aos 14 anos, entrou para o curso de ferramentaria no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), que fez junto com o ensino médio. Conseguiu emprego na Phillips, mesma empresa em que seu pai trabalhava. Ricardo se apaixonou pela área voltada à mecânica de carros e decidiu segui-la.

Ricardo Santacatharina (à dir.) com a esposa, as filhas e o genro
Ricardo Santacatharina (à dir.) com a esposa, as filhas e o genro - Arquivo pessoal

Depois, passou por outros empregos até abrir a própria ferramentaria, em 2006, em sociedade com o melhor amigo, Valdenir de Oliveira.

Ricardo conheceu a artesã Andréa Aparecida Rosa Santacatharina, hoje com 52 anos, no metrô, a caminho do trabalho. Os dois moravam no mesmo bairro. Casados desde 1995, eles tiveram as filhas Maria Luíza (Mallú) e Isabelle.

"Tive uma infância muito feliz. Ele foi um pai presente, trabalhador. Meu pai me ensinou a valorizar os momentos e a humildade e se doar ao próximo sem esperar nada em troca", afirma a nutricionista Mallú, 25.

"A primeira lembrança que eu tenho da vida é com o meu pai. Ele me ninava e cantava as músicas do Flávio Venturini", diz Mallú. Também ouvia Renato Russo, Queen, Men at Work e Tears for Fears.

Ricardo gostava de conversar e se relacionar com as pessoas. O seu coração era acolhedor, o que fazia com que fosse procurado por amigos para falar sobre algum assunto delicado.

O jornalista André Rosa, 38, cunhado, amigo e compadre, lembra que Ricardo também gostava de pescar.

"O meu penúltimo contato com o Ricardo foi numa pescaria. Ele tinha planos de marcar outra. Perdi um amigo, que era um herói, generoso e preocupado com as pessoas. Atrás do sorriso largo no rosto, sempre tinha uma palavra amiga", relata André.

Em 2021, Ricardo chegou perto da morte ao contrair Covid-19. Ficou 40 dias no hospital, sendo 13 intubado.

No dia 20 de fevereiro, não resistiu a um infarto, aos 57 anos. Deixou a mulher, Andréa, as filhas, Maria Luíza e Isabelle, o genro, Eryck, e a cachorrinha Greta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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