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Descrição de chapéu Obituário Rafael Iório (1947 - 2023)

Mortes: Formou amigos e outros apaixonados por matemática

Rafael Iório começou na física, mas percebeu que era com os números que gostaria de seguir carreira

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São Paulo

Rafael e Valéria se conheceram ainda adolescentes. Ele tinha 17 anos e ela, 14. Emendaram um namoro e, oito anos depois, se casaram em meio a uma mudança para os Estados Unidos, país onde ele fez seu doutorado em matemática na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Antes disso, Rafael já havia feito um mestrado na mesma área na PUC-Rio. A graduação, no entanto, foi em física.

Rafael Iório (1947-2023) - Divulgação Impa

O doutorado foi importante, mas foi no pós-doutorado, também em Berkeley, que Rafael Iório fez um trabalho de impacto internacional. "Foi aí que ele fez o primeiro trabalho mais relevante dele", conta Valéria.

Além das passagens acadêmicas pela PUC-Rio e Berkeley, Rafael atuou por grande parte da sua vida como professor do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada). "A contribuição dele também na área da matemática foi muito importante na parte de formação de alunos", afirma Valéria.

Fora do ambiente acadêmico, Rafael era reconhecido como uma pessoa que mantinha amizades. A viúva conta que ele tinha um amigo que conhecia desde que eram bebês, além de um grupo que fez na graduação e do qual se manteve próximo durante toda a vida.

"Ele é uma pessoa que, uma vez que faz uma amizade, fica para o resto da vida com essa amizade", diz Valéria.

O casamento durou por mais de 50 anos —as bodas de ouro foram comemoradas em dezembro de 2022. A união só foi interrompida pela morte de Rafael.

O matemático sofria de problemas na coluna, sentindo dores constantes. Em fevereiro de 2020, passou por uma cirurgia para resolver a situação. Porém, o procedimento acarretou uma infecção e levou a uma septicemia, que é quando acontece uma inflamação generalizada do corpo.

"Toda hora ele ia ao hospital com uma infecção. Para você ter uma ideia, no ano passado ele teve quatro pneumonias. Este ano, ele já tinha tido uma", lembra Valéria.

Mas a morte foi causada por outro problema. Ela conta que a barriga do marido começou a inchar e não diminuía. Ele foi ao hospital e, na tomografia feita, foi observado que havia algo obstruindo o intestino.

Durante a cirurgia de desobstrução foi identificado um tumor no intestino, que foi retirado. "Só que depois disso ele teve complicações e morreu", lamenta. Problemas respiratórios e no abdômen foram as causas do óbito.

"Embora quem fique aqui sinta muita falta e sofra muito, para ele foi melhor ter ido porque estava sofrendo muito", afirma Valéria.

Rafael tinha 75 anos. Deixa a esposa, uma filha e uma neta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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