Siga a folha

Criança de 11 anos morre baleada em ação da Polícia Militar no Rio

Djalma Clemente estava de uniforme escolar ao ser atingido; polícia diz que foi atacada por criminosos

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Rio de Janeiro

Um menino de 11 anos foi baleado e morreu durante um patrulhamento da Polícia Militar em Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta (12). De acordo com a corporação, a criança foi atingida durante troca de tiros entre os agentes e criminosos.

Moradores protestam em conjunto habitacional de Maricá (RJ), onde uma criança foi morta durante ação policial - Eduardo Anizelli/Folhapress

Djalma de Azevedo Clemente, 11, usava uniforme escolar, pois estava a caminho da escola ao ser atingido, e morreu no local.

Segundo moradores, Djalma estava em uma rua ao lado da mãe e de outra criança, que teve a mochila atingida, mas não se feriu. Nesse momento, uma viatura entrou na via e, Djalma, que estava em uma calçada, foi ferido.

"Estava em casa na hora do tiroteio, mas cheguei logo depois. O corpo do Djalma estava no chão, atrás tinha um carro e uma parede de tijolos. O tiro que acertou ele veio de frente, da polícia", disse Letícia Leal, 31.

"A gente quis impedir que eles mexessem no corpo até a chegada da perícia. Ou colocar arma, droga na mochila da criança para dizer que era do tráfico. Eles queriam tocar e começaram a tacar bomba. Corri, mas fui atingida por um tiro de borracha", contou Joana Carvalho, 56.

Ainda no local, duas mulheres foram socorridas para o Hospital Municipal Doutor Ernesto Che Guevara. Testemunhas contaram que uma estava ferida no rosto, por conta de uma pedrada, e outra com estilhaços de bomba também na face. Ambas seguem em atendimento na unidade.

De acordo com outro morador, que não quis se identificar, dois jovens ligados ao tráfico estavam no final da rua. Segundo esse morador, eles costumam atirar para o alto para avisar da chegada da polícia. No entanto, utilizam pistolas e não fuzis, como a Polícia Militar.

A perícia recolheu, segundo os moradores, projéteis no local onde a criança morreu, entre eles, um de fuzil sujo de sangue.

Os prédios que pertencem a um conjunto habitacional Minha Casa, Minha Vida tinham marcas de tiros em ambos os lados.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação de Maricá, o menino era aluno da escola Darcy Ribeiro. "Em nome de toda a equipe, o secretário de educação, professor Márcio Jardim, presta condolências e se solidariza com familiares e amigos", comentou em nota.

Em protesto, os moradores chegaram a fechar a via que dá acesso ao condomínio, localizado em uma rua no bairro Inoã, onde ocorreu o crime.

Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Militar afirmou que "equipes do 12º BPM (Niterói) realizavam policiamento quando foram atacadas por criminosos armados nas proximidades de um condomínio na Estrada do Bosque Fundo".

Ainda segundo a corporação, os agentes encontraram a criança caída e já sem vida. "A viatura também foi atingida pelos disparos dos criminosos, que fugiram. A área foi isolada e a perícia acionada", declarou a corporação, em seu posicionamento.

A 4ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar) também foi acionada ao local.

A Polícia Militar também atua na região para tentar dissipar o protesto.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas