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Descrição de chapéu violência

Depois da Sé, prefeitura cerca outras praças do centro histórico de SP

Isolamento em canteiros não tem duração definida e faz parte de ação de zeladoria, diz gestão

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São Paulo

Depois de cercar canteiros da praça da Sé, cartão postal de São Paulo, a subprefeitura da região instalou grades móveis em outros pontos do centro nas últimas semanas. Largo de São Bento e praça Padre Manoel da Nóbrega, endereços próximos do marco zero da capital, tiveram áreas isoladas como parte de ação de zeladoria, de acordo com a administração regional.

Os endereços foram selecionados após diagnóstico da subprefeitura, que listou os pontos mais "problemáticos" do centro e estabeleceu prioridades —a primeira delas foi a praça da Sé, cercada desde abril. O modelo ainda pode ser replicado em outros locais.

De acordo com o subprefeito Alvaro Camilo, o cercamento tem como objetivo preservar canteiros com gramado plantado recentemente. "A gente plantava e pessoal vandalizava na mesma noite. Então resolvemos proteger as áreas verdes com gradis", disse.

Praça Padre Manoel da Nóbrega, em frente ao Pateo do Collegio, teve canteiros cercados por grades em ação de zeladoria; população em situação de rua continua instalada no local - Rubens Cavallari/Folhapress

Os dois locais cercados recentemente concentram grande contingente de pessoas em situação de rua, que chegavam a montar barracas nos canteiros. Mesmo após instalação das grades, muitos sem-teto continuam nas praças, agora deitados diretamente na calçada. Outros foram buscar abrigo em outros pontos do centro. A subprefeitura não permite a montagem de barracas durante o dia.

Questionado, Camilo negou que a medida entre conflito com decisão do STF que proibiu o emprego da chamada "arquitetura hostil" contra a população de rua. "Todas as áreas de circulação são preservadas, nós estamos protegendo especificamente as áreas verdes. Se em algum lugar chegar ao meu conhecimento [que a permanência de moradores de rua esteja sendo dificultada] a gente retira, não tem problema nenhum".

Nas palavras do subprefeito, as intervenções têm caráter "extremamente temporário", embora não possuam prazo determinado. "Estamos trabalhando no reordenamento do centro, e vamos retirar [as grades] assim que a situação se consolidar", disse Camilo, que avalia como bem-sucedida a experiência na Sé.

Os gradis foram instalados na praça onde fica a Catedral Metropolitana de São Paulo em meio a uma alta nos registros de roubos e furtos na região. O mês de junho foi o primeiro do ano com sutil queda nos crimes contra o patrimônio, após grande reforço no efetivo de policiais militares e guardas-civis em atuação no centro.

O subprefeito chegou a classificar como "desordem urbana" a situação da praça. Um dos motivos apontados por autoridades para o aumento da criminalidade na região foi o estabelecimento de uma "feira do rolo" com comercialização de produtos roubados no local.

Depois da instalação dos gradis, o comércio ilegal deixou a praça, mas tem buscado outros endereços no centro. "Eles começaram tentando ir pro Glicério, mas a polícia bateu forte. Agora estão tentando ficar no Paissandu, mas a GCM e a PM tem atuado", disse Camilo.

Hoje, a maioria dos jardins continua cercada no local, e a previsão é que os gradis sejam removidos somente quando tiverem as muretas reformadas –o que ainda não tem data para acontecer. O subprefeito não soube informar o custo das grades, que são alugadas pela SPTuris.

Segundo a subprefeitura Sé, as ações de zeladoria foram levadas também a outros endereços da região, como o entorno do Theatro Municipal, as praças do Patriarca e do Carmo, onde a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) não identificou necessidade de gradeamento.

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