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Descrição de chapéu Todas maternidade

Grafite em habitação social exalta mães e maturidade na zona leste de SP

Obra de Mimura Rodriguez, 34, foi selecionada em projeto de arte de rua da prefeitura

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São Paulo

As paredes do Condomínio Vitória, no conjunto habitacional da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) no Itaim Paulista, zona leste de São Paulo, ganharam um grafite que ocupa uma área de 236,25 m².

A obra é da artista Mimura Rodriguez, 34, e retrata três matriarcas. No fundo, galhos e raízes de árvores que contam uma história sobre o ciclo perene de famílias lideradas por mulheres, nas quais filhas encaram a maturidade de virar mães, que depois se tornam avós.

Grafite de matriarcas em muro de prédios do CDHU na zona leste da capital - Miguel Salvatore/Divulgação

A pintura, cujo nome é "Enraizadas", foi escolhida pelo projeto MAR (Museu de Arte de Rua), da Secretaria Municipal de Cultura, da Prefeitura de São Paulo. Em 2022, ela participou da seleção com o grafite da obra "Comunidade" em um mural de 450m² no CEU (Centro Educacional Unificado) Butantã.

Mimura explica que sempre quis pintar em um local de moradia. "O espaço escolhido abriga histórias duras de diversas mulheres periféricas que ali vivem e lideram suas famílias."

Ela também afirma ter se inspirado na própria maternidade e na das mulheres de sua família para fazer a obra. "Tenho uma filha de três anos que amamentei até pouco tempo. É um trabalho invisível, que as pessoas não dão o devido valor. Desde que ela nasceu muita coisa mudou, inclusive a forma como vejo a minha mãe, que hoje cuida da minha avó."

Em uma das pinturas a artista quis retratar uma figura que lembrasse a avó. "Ela criou sete filhos, morou na roça e, agora, está nesse lugar vulnerável, de cuidado. Ela veio do interior para morar com a minha mãe", conta.

Quanto ao grafite que mostra uma mulher com uma enxada e um filho a tiracolo, Mimura diz que o objetivo era mostrar a mãe que é cobrada a produzir e a ser mesma de antes ao mesmo tempo em que aprende a maternidade.

A grafiteira afirma que tem aprendido muito sobre a potência das mulheres e como elas sustentam a comunidade em diversos aspectos, mesmo que não tão valorizados quanto deveriam. "Tento trazer a força da ancestralidade, essa que não é apenas sobre parentes que viveram há muito tempo, mas também sobre os que estão aqui conosco."

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