Mortes: Biólogo, deixou a Nova Zelândia para viver suas paixões
Especialista em vida marinha, John Campbell McNamara foi professor na USP por mais de três décadas
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O biólogo neozelandês John Campbell McNamara largou a ilha na Oceania em 1977, aos 23 anos. Seu destino seria a Inglaterra, mas desistiu no caminho e parou no canal do Panamá. Passou, então, por Costa Rica, Colômbia e Equador até chegar a São Paulo, onde tinha um amigo.
Decidiu estabelecer-se na cidade e logo engatou um doutorado em oceanografia na USP (Universidade de São Paulo). Lá, conheceu Elaine Ribeiro, também estudiosa dos meandros da natureza. Engataram namoro e casamento com agilidade ímpar.
No início dos anos 1990, soube de uma vaga para docência na USP de Ribeirão Preto. Teve dúvida sobre a viabilidade da vida interiorana, mas partiu e teve sucesso. Se tornou titular do departamento de biologia e vice-diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
McNamara dedicou sua carreira acadêmica a pesquisas sobre fisiologia, zoologia e morfologia da fauna marinha, tornando-se um dos maiores estudiosos e conhecedores de crustáceos no país. A dedicação culminou em vários prêmios nacionais e internacionais.
Calmo, conquistou uma legião de admiradores. Amava contar e escutar histórias de vida. Dizia ser moldado pelas experiências dos outros, sendo somente um recipiente. "Era tão doce que emocionava", diz Agatha Souza, 24, sua aluna.
Apesar do tempo em que viveu no Brasil, inclusive naturalizando-se, o biólogo dispensava alguns aspectos da cultura local. Samba, Carnaval e literatura em língua portuguesa não caíram nas graças do professor. Mesmo assim, era devoto ao país onde encontrou acolhimento e amor.
John Campbell McNamara estava afastado das salas e laboratórios há alguns meses para o tratamento de um linfoma. Morreu no último dia 8, vítima do câncer. Ele tinha 70 anos e deixou viúva Elaine.
O docente foi o grande homenageado no 187º Concerto da USP Filarmônica, evento pré-natalino da instituição.
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