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Descrição de chapéu Obituário Ary Fiorezi de Oliveira (1918 - 2024)

Mortes: Político e comerciante, marcou a história de Alegre (ES)

Ary Fiorezi de Oliveira foi prefeito, orador, e viveu por 105 anos

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Curitiba

Na cidade de Alegre (ES), raros são os que nunca ouviram falar dos feitos de Ary Fiorezi de Oliveira. Prefeito em 1954 e vice-prefeito em 1967, foi responsável pelas primeiras grandes obras de urbanização da cidade, hoje com quase 30 mil habitantes.

O amigo e atual prefeito, Nemrod Emerick, o Nirrô, diz que Ary foi quem comprou o primeiro trator da prefeitura, utilizado para abrir ruas importantes do município e para a criação de seus sete distritos, que receberam saneamento básico.

Nascido em Pirapetinga (MG), chegou a Alegre ainda bebê, por isso intitulava-se alegrense, já que lá viveu por 105 anos. Morador ilustre, era presença diária em seu comércio, um armazém herdado dos pais.

Ary Fiorezi de Oliveira (1918 - 2024) - Renato Amaral de Carvalho/Divulgação

Atrás do balcão, alimentou famílias que podiam pagar e também as que não podiam. Fez questão de trabalhar até poucos meses antes de falecer. A filha Rosangela de Oliveira lembra que o propósito de Ary com o comércio era de que ninguém passasse fome. "Ele ajudava muita gente", como a professora que veio da roça sem provimentos, o pai de família que precisava esperar a colheita para pagar os alimentos e os moradores de rua que alimentava diariamente.

Um dos fundadores e tesoureiro do Rotary Clube, foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do município e seu presidente de honra; membro do Círculo Operário de Alegre; conselheiro da Casa de Caridade e da Apae.

Sua carreira política começou na década de 1950, sendo um dos fundadores da UDN (União Democrática Nacional) local e do PMDB (hoje MDB), do qual foi presidente.

Primeiro de oito filhos, teve o pai vereador e se orgulhava de ter levado à cidade grandes nomes da política nacional da época. "Mesmo se fossem de partidos contrários, sempre teve amizades com todos", diz a filha.

Nirrô revela que todo domingo recebia a ligação de Ary. "Ele falava sobre a cidade e queria saber da evolução das obras, dos recursos destinados, sugeria ações e até puxava a minha orelha quando necessário."

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, ligou para dar as condolências à família e publicou uma nota em suas redes sociais. "Perdemos o amigo, ex-prefeito de Alegre, Ary Fiorezi de Oliveira. Foram mais de 100 anos de vida dedicada ao bem-estar da população de Alegre."

O ex-deputado federal Carlos Manato ressalta a honestidade e a lealdade de Ary. "Era uma reserva moral para a cidade. Um homem de coração imenso."

Racionalista cristão e torcedor do Botafogo, Ary levou a vida com dignidade e humildade. "Recebeu muitas condecorações e homenagens, mas nunca quis placa com seu nome. Adorava fazer um discurso, mas nunca se vangloriou do que conquistou", ressalta a filha.

Dono de um discurso único, Ary também levava as palavras para amenizar a dor das famílias enlutadas. Difícil o velório em que ele não estava presente. Sempre com a oratória carismática e humanizada.

"Ele veio de família pobre, trabalhou a vida toda, sempre pensando no próximo. Dizia que o administrador precisa de amor, amor próprio e amor pelos outros", recorda Rosangela.

Ary morreu em 21 de janeiro, de causas naturais. Deixa três filhos, quatro netos, duas bisnetas e uma cidade toda de luto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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