Siga a folha

Comerciantes amargam prejuízos com apagão no centro de SP: 'Tá tudo perdido'

Parte dos bairros está sem energia desde as 10h30 de segunda (18); Enel não dá previsão para resolver problema

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A falta de energia no bairro de Santa Cecília, centro de São Paulo, desde segunda-feira (18) causa prejuízo a comerciantes. Em meio ao calorão, alimentos têm estragado.

Há relatos de carnes e legumes apodrecendo e enchendo de larvas, sorvetes derretendo e cervejas perdendo o gás pela falta de refrigeração.

Na tarde desta terça-feira (19), após 27 horas no escuro, Marcelo Souza, 40, dono de um restaurante nordestino na rua Doutor Cesário Mota Júnior —próximo à Santa Casa de Misericórdia—, tentava mensurar suas perdas. Parte dos imóveis da região está sem energia há 30 horas.

"Somando vendas físicas, delivery e alimentos estragados, estou contando perder uns R$ 5.000 por dia", disse, enquanto ligava para a Enel, distribuidora de energia na capital. Era sua quinta ligação do dia, conta. Das anteriores, apenas uma fora atendida.

Restaurante nordestino fechado por apagão na Santa Cecília; Marcelo, proprietário, tenta ligar para a Enel - Danilo Verpa/ Folhapress

Marcelo relata ter sido informado que a situação seria normalizada até as 10h. Depois, às 13h. Nada ocorreu. Enquanto isso, nos fundos do estabelecimento, dezenas de quilos de proteína animal eram colocadas em sacos de lixo após serem tomadas por larvas.

A poucos metros dali, na mesma rua, Dalva Campos, 46, reclamava da quantidade de sorvetes derretidos em sua mercearia. Eram 20 caixas repletas de potes e picolés. O freezer guardando os produtos nem foi aberto para evitar o cheiro ruim.

"É desesperador. Tá tudo perdido, não tem como vender depois", declarou a comerciante. Seu prejuízo estimado é de R$ 2.000.

Outros pontos de venda na região relataram problemas do mesmo tipo. Muitos fecharam as portas ainda nesta manhã e só devem reabrir após a energia ser restabelecida. Alguns tentam continuar operando com auxílio de geradores alugados. A diária, porém, é cara.

"Vale a pena gastar metade do meu faturamento do dia em gerador? Não tenho lucro e ninguém vai me ressarcir depois", disse Guilherme Pires, 32, dono de uma lanchonete orgânica.

O apagão bairros do centro de São Paulo às escuras desde as 10h30 de segunda-feira. Na manhã desta terça, a Enel declarou que o serviço estava restabelecido para 85% dos clientes que tiveram o fornecimento de energia afetado nos bairros de Higienópolis, Bela Vista, Cerqueira César, Santa Cecília e Vila Buarque.

A empresa afirma que a interrupção ocorreu devido a um problema na rede subterrânea na região de Higienópolis. A concessionária de energia relacionou a falha à Sabesp, estatal paulista de saneamento, que, segundo a Enel, realizou uma escavação e atingiu acidentalmente cabos da rede subterrânea da distribuidora.

A Sabesp, por sua vez, afirma que investigou e não encontrou indícios de que sua obra tenha danificado a fiação.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas