Siga a folha

Descrição de chapéu Obituário Jacinto Pequeno de Freitas (1950 - 2024)

Mortes: Tinha orgulho da cidade natal e foi taxista conhecido em São Paulo

Jacinto de Freitas foi avô carinhoso e sempre voltou a Monteiro, no interior da Paraíba

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Quem precisasse de um táxi perto do shopping Ibirapuera, em São Paulo, entre as décadas de 1980 e 2010, teria grandes chances de ser transportado ou ver um senhor calvo e de bigode, bem-humorado e conhecido por Moela ou Cabeça de Moela.

Anos depois, poderia ver ainda um dos dois descendentes do já aposentado Jacinto de Freitas conduzindo o táxi a partir do shopping, na região de Indianópolis, na zona sul de São Paulo. O ponto era uma espécie de legado mantido pela família com muito zelo.

O cuidado com tudo, do trabalho aos netos e memórias da cidade natal, era fundamental para Jacinto. Ele se mudou para São Paulo logo depois do casamento com Terezinha de Freitas, 70, em 1974, na igreja matriz de Monteiro, cidade atualmente com 322 mil habitantes no interior da Paraíba. Mas sempre voltava ao estado natal para rever amigos e parentes.

Jacinto Pequeno de Freitas (1950 - 2024) - Arquivo pessoal

Foi na cidade que passou a infância e a adolescência, junto com os sete irmãos. Por ter perdido a mãe ainda na novo, foi criado pela irmã mais velha, Lindalva de Freitas, 71.

Depois de completar o ensino fundamental, Jacinto trabalhou no sítio do pai até os 20 anos. Após a mudança para São Paulo, virou taxista. Foi rodando pela cidade, e junto com Terezinha, técnica de enfermagem, que conseguiu construir a casa no Jardim Eliana, na zona sul da cidade, e realizar um sonho.

"Ele era muito amoroso. Mas com o carro. Tinha muito amor ao carro, todo dia limpava essa caminhonete como se fosse a filhinha dele", diz Terezinha, aos risos. "Mas era um bom pai, deixou um legado de bons exemplos e de honestidade. É isso que tenho a dizer do seu Jacinto."

O carro dos sonhos era uma caminhonete do modelo Frontier, da fabricante japonesa Nissan. Esse foi o único luxo de Jacinto, que era, segundo a mulher, a humildade em pessoa.

Quando nasceu a primeira neta, Jacinto, que já era alegre e brincalhão, ficou ainda mais derretido. "Imagine o quanto fui mimada", diz Rebeca Freitas, 23. Os mimos eram brincadeiras, o dinheirinho dado pelo avô nas visitas e, ao longo do tempo, as viagens para a terra natal do avô, na Paraíba.

"Visitamos pontos turísticos e encontramos conhecidos dele", diz ela. Nas viagens de carro, a trilha sonora vinha dos populares pendrives com centenas de músicas espetados no rádio da caminhonete.

Quando o taxista Moela resolveu se aposentar, há dez anos, o destino não poderia ser outro. Voltou a morar na Paraíba, em João Pessoa, para ficar perto da pequena Monteiro, que nunca deixou de visitar.

Ele morreu em 10 de março, aos 74 anos, de insuficiência cardíaca. Deixa a mulher, Terezinha, os filhos Alexandre e Alex, e os netos Rebeca, Henri, 12, e André, 9.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas