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Justiça tira do ar vídeos que exaltam violência policial no RJ

Em uma das entrevistas, agente relata agressão a mulher grávida; juíza aponta 'agressividade descontrolada'

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Rio de Janeiro

A Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou, nesta terça (18), a suspensão de 13 vídeos nos quais policiais fazem declarações consideradas como disseminação de discursos de ódio e incitação à violência. A decisão atinge os canais Copcast, Fala Glauber, Café com a Polícia e Danilsosnider.

No processo, o advogado Sandro Figueiredo, defensor do proprietário do canal Copcast, afirmou que "o host [apresentador] do podcast não pode ser responsabilizado por fala de terceiro, sendo certo que é um defensor da boa conduta e que jamais tivera o intuito de disseminar o ódio". A reportagem não localizou a defesa dos outros canais citados, mas verificou a retirada das gravações citadas na decisão.

Policiais Militares e agentes do BOPE durante operação policial no complexo de favelas da Vila Cruzeiro, zona norte do Rio - Folhapress

Nos vídeos suspensos, os entrevistados narram episódios supostamente vividos durante ocorrências policiais. Em um deles, um policial descreve o espancamento de um homem, de uma mulher grávida e de uma advogada.

"Aí o maluco tipo assim viu a cena, cresceu. Nisso que ele cresceu, aí eu descontrolei. Aí foi agressividade descontrolada. O maluco veio pra cima, eu peguei o maluco e já comecei ‘pau, pau, porrada’ [gesto de soco], o maluco tomando, caindo no chão, eu segurando a cara dele, dando, aí eu já fiquei cego. Aí eu sei que veio uma mulher, veio uma grávida, veio mais gente, eu peguei a mulher e joga a mulher pra lá, e a grávida foi pra lá [...] e a grávida voltou, eu enrolei ela pelo cabelo e tomou [gesto de tapa], voou longe", diz um dos policiais, em trecho mencionado na sentença.

Entre os conteúdos suspensos, há vídeos intitulados "Fiquei sem controle no Bope", "Cachorro Louco conta como quebrou quatro em favela", "Eu fui pro tático para matar ladrão", "O Bope sobe assim para pegar vagabundo de bobeira" e "Matei o dono da favela no primeiro serviço".

A juíza Geraldine Vital afirmou que as "declarações excedem os limites do regular exercício da liberdade de expressão para, frontal e imotivadamente, disseminar discurso de ódio".

A ação pública também pede que o Google seja condenado a pagar indenização de R$ 1 milhão, e os policiais militares com R$ 200 mil por danos morais coletivos.

Ainda no processo, a empresa Google afirmou que removeu os vídeos.

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