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Advogada é presa sob suspeita de racismo em lanchonete em São Paulo

Funcionário afirma que Fabiani Marques Zouki o chamou de 'macaco' por mudanças no atendimento; ela foi liberada após audiência de custódia

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São Paulo

Uma advogada foi presa na noite desta quinta-feira (25), na zona sul de São Paulo, sob suspeita de injúria racial. Ela teria se irritado com a demora por atendimento em uma lanchonete e chamado um funcionário de "macaco sujo".

Após audiência de custódia, na tarde desta sexta (26), ela foi foi liberada pela Justiça mediante o cumprimento de medidas cautelares, como comparecimento mensal em juízo. A decisão acatou o argumento do advogado Carlos Eduardo Lucera, que defende Zouki, de que não há requisitos para decretação da prisão preventiva (sem prazo).

Fabiani Marques Zouki, 47, estava na unidade do Burger King no bairro Moema e, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), proferiu xingamentos racistas contra um funcionário, identificado como Pablo Ramon da Silva Ferreira, 25, por estar insatisfeita com o atendimento.

Fabiani Marques Zouki na frente da lanchonete - Reprodução

Em entrevista ao SP1, da TV Globo, Ferreira disse que ouviu uma discussão no drive-thru da lanchonete, foi até o local e encontrou a advogada alterada.

"Expliquei os problemas que a gente estava tendo hoje [ontem] na loja e que a gente não poderia estar atendendo ela nas outras cabines, que infelizmente estão quebradas, e dali a gente já fazia o pedido. No meio dessa explicação ela se revoltou, bateu no carro da frente pra ele poder afastar para ela poder pegar o carro dela e ir. A gente falou 'vai'. Ela falou 'vou mesmo preto'", contou o funcionário.

Porém, segundo Ferreira, as ofensas continuaram. "No carro, ela gesticulou novamente e usou o termo macaco e macaco sujo, aí me revoltei. Eu não ia agredi-la, mas me revoltei e desferi um soco no retrovisor do carro", relatou.

Gravações mostram que a advogada saiu do veículo e agrediu alguns funcionários da loja.

Fabiani Marques Zouki empurra funcionário na porta da loja - Câmera de monitoramento

"Cadê ele? Falou que chamei ele de preto, de macaco. Viajou na maionese. E daí se eu tivesse chamado? Isso não é justificativa para quebrar meu carro", disse Zouki em vídeo gravado por funcionários.

A Polícia Militar foi acionada e, de acordo com a SSP, constatou que a mulher estava embriagada. Ela se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi encaminhada ao IML (Instituto Médico Legal) para a realização de exame.

O caso foi registrado como embriaguez ao volante e preconceitos de raça ou de cor no 27º DP (Dr. Ignácio Francisco).

A assessoria de imprensa do Burguer King afirmou que a empresa não compactua de forma alguma com ofensas racistas, discriminação ou agressão física. Disse ainda que está colaborando com as autoridades para a investigação policial e prestando toda a assistência psicológica e jurídica aos funcionários envolvidos na ocorrência.

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