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Descrição de chapéu Obituário Carlos Roberto da Costa (1950 - 2024)

Mortes: Foi mestre rigoroso e elevou patamar de revistas no país

Carlos Costa marcou colegas e alunos com seu humor afiado e nunca parou de estudar

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São Paulo

Colar dos amigos ou da internet nos trabalhos de faculdade do professor Carlos Costa era arriscado. Ele, afinal, havia começado a vida profissional lendo, lendo e lendo de novo cada material antes da publicação.

A preparação de textos foi sua primeira função no jornalismo, carreira em que ganhou reconhecimento na editora Abril pelo comando das revistas Playboy —que também ajudou a lançar— e Quatro Rodas.

Suas habilidades de leitura e revisão, segundo o filho Rafael Costa, 46, foram lapidadas na graduação em teologia na Espanha, ainda na época de seminarista, no começo da década de 1970.

Carlos Roberto da Costa (1950 - 2024) - Divulgação

Carlos Roberto da Costa nasceu em Londrina, no Paraná, em 1950, e foi no seminário que aprendeu latim e grego, despertando sua paixão por todo tipo de conhecimento. Após as graduações em teologia e filosofia, formou-se em jornalismo na Fundação Cásper Líbero, em São Paulo, em 1978.

De leitor ávido, Carlos se tornou redator e revisor habilidoso. Na Playboy, onde começou em 1975, antes de terminar a faculdade, chegou a diretor de redação em 1986.

No começo dos anos 2000, Carlos deixou a editora Abril e voltou à Fundação Cásper Líbero como professor. O gosto pelo trabalho e a rotina incessante de estudos se misturavam ao humor sagaz.

"Às vezes as pessoas não entendiam o nível de ironia. Uma piada dele tinha várias camadas de entendimento", diz o professor Wellington Andrade, 60. Ele, que já admirava a trajetória de Carlos, se tornou amigo durante os diferentes mandatos na direção do curso de jornalismo, ora como diretor, ora como vice.

Apesar do humor irônico e da seriedade extrema, Carlos era do tipo de professor que se importava com a vida dos alunos e os indicava para bolsas de estudo e vagas de emprego.

Estudioso, publicou "A Revista no Brasil do Século XIX" (2012), tema de seu doutorado, e "Manuel de Araújo Porto-Alegre, um Artista Fora do Foco" (2020), um perfil do artista do romantismo brasileiro.

Além das viagens, passava dias em sua casa de praia em Itanhaém, no litoral paulista. "Ele mergulhava e dizia ‘nossa, o mar está como nunca esteve’, como se toda vez tivesse sido a melhor", lembra Rafael.

Talvez a parte menos conhecida de sua personalidade tenha sido a de avô. Do casamento com Marieta de Almeida, que morreu em 2003, vieram dois filhos e duas netas. Uma delas, Bárbara Costa, 21, guarda as memórias dos sorvetes na avenida Paulista e de um humor diferente daquele recheado de ironia. "Eu tirava essa casca dele, que adorava as besteiras que eu falava."

Carlos Costa morreu em 18 de julho, aos 74 anos, por complicações da dengue. Ele deixa o companheiro, José Geraldo de Oliveira, 57, dois filhos e duas netas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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