Siga a folha

Descrição de chapéu Obituário IVANILDA TELÉCIO BATISTA (1955 - 2024)

Mortes: Brilhava nos palcos e nas festas da família no Ceará

Zizi Telécio foi professora, artesã e atriz e registrava em cadernos os lugares que conheceu

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Juazeiro (BA)

Quando o grupo Ninho de Teatro apresentava "Avental Todo Sujo de Ovo", a plateia se emocionava com Zizi Telécio. A atriz brilhava em cena. A sensação, fruto de uma vida dedicada ao teatro, se repetiu em circulações Brasil afora.

Sempre registrava em cadernos seus processos criativos, além de memórias dos lugares que conheceu. "Ela adaptava os personagens ao corpo dela, e ver esse processo era muito fantástico", diz o diretor Jânio Tavares, 39. Zizi tinha nanismo.

A atriz Ivanilda Telécio Batista, a Zizi, morreu em 14 de junho, aos 68 anos - Arquivo pessoal

Era também professora e diretora de teatro no interior do Ceará. Ficou no Ninho até 2016, mas ainda participava dos espetáculos. "Era extremamente inteligente, uma atriz que estava sempre em prontidão. A forma que ela criava me inspira muito", diz a atriz Sâmia Ramare, 33.

Zizi também se expressava por meio de artesanatos. Gostava de pinturas e bordados. Inclusive, confeccionou alguns figurinos e acessórios que usava em cena.

Ivanilda Telécio Batista nasceu em Santana do Ipanema (AL), em 1955. De pai marchante, ainda nova mudou para Várzea Alegre (CE). Depois, morou em Pernambuco, onde passou a infância. Adolescente, voltou para o Ceará. Lá, residiu em Juazeiro do Norte e Iguatu.

O apelido recebeu de um irmão que achava seu nome difícil. Contava que teve uma infância tranquila e era muito acarinhada.

A condição física nunca foi vista por ela como um problema, mesmo ao ficar cadeirante já adulta. "Acho que ela ter entrado na arte fez com que entendesse que o corpo podia se expressar de várias formas. Ela nunca trouxe para gente a deficiência como algo que limitava", afirma a sobrinha Iane Telécio, 29.

A carreira de professora começou logo após o magistério. Depois, se formou em biologia. Foi na educação que se aproximou do teatro e realizou as primeiras peças. Também se dedicou ao trabalho com arte para crianças em organizações da região.

Em casa, gostava de mesa posta e farta para receber visitas. Tinha hábito de cuidar de plantas. Também amava datas comemorativas, principalmente o Natal. Era ela quem organizava as festas da família, inclusive aniversários.

Assumiu o papel de matriarca após a morte da mãe e ligava sempre para saber como todos estavam. "Do jeito que ela era o centro das atenções nos palcos, também era em casa. De forma sutil, levava a gente a fazer tudo que ela queria", afirma a sobrinha.

Zizi, que não gostava de ir ao médico, ficou dias internada por causa de um enfisema pulmonar provocado por uma pneumonia. Morreu no último 14 de junho, aos 68 anos, vítima de um ataque cardíaco em casa.

Deixa cinco irmãos, Jandira, 70, José Ivan, 57, Maria Ivoneide, 55, Ivania Maria, 53, e Cícero Romão, 51, além de oito sobrinhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas