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Descrição de chapéu polícia

Santana lidera furto e roubo de motos em SP; veja ruas com mais queixas e modelos mais visados

No geral, esse tipo de crime cresceu cerca de 0,5% no primeiro semestre; secretaria estadual diz que há policiamento e suspeitos são presos

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São Paulo

Bairros próximos ao centro expandido da cidade de São Paulo são os preferidos de ladrões de motocicletas.

Pesquisa da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), em parceria com a empresa de rastreamento Tracker, obtida com exclusividade pela Folha, aponta que Santana, na zona norte, e Santo Amaro, na zona sul, somaram as maiores ocorrências no primeiro semestre deste ano.

Os dados foram analisados a partir de boletins de ocorrência disponibilizados pela SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Moto estacionada na rua Voluntários da Pátria, em Santana; via da zona norte da cidade de São Paulo é a campeã de furto e roubo de motocicletas, segundo levantamento - Folhapress

No geral do estado, o levamento aponta que houve alta de 0,56% quando somados furtos e roubos, passando de 18.882 queixas no primeiros semestre de 2023, para 18.988 nos seis primeiros meses deste ano.

Na capital paulista, houve alta semelhante, com aumento de 0,55% —foi de 7.700 para 7.742 casos nos períodos comparados.

Conforme o estudo, tanto no estado quanto na capital, furtos cresceram (4,17% e 2%, respectivamente) e roubos caíram (-6,2% e -2,6%) entre os períodos comparados.

Procurado, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) não comentou a alta dos furtos mencionada na pesquisa.

Mas questionada sobre os dados, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) diz que o empenho das forças policiais resultou em uma queda de 4,2% na quantidade de motocicletas roubadas no estado no primeiro semestre deste ano. Na cidade de São Paulo, a redução foi de 2,46%, afirma.

No caso das motos a partir de 500 cilindradas, a pesquisa aponta queda de 12%, nas duas modalidades de crime —foram 655 registros em 2023 contra 578 nos seis primeiros meses deste ano.

Percentualmente, a frota de motocicletas cresceu 6,5% nos dois semestres comparados, passando de aproximadamente 1,2 milhão para cerca de 1,3 milhão de unidades, segundo a Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito). A estatística não inclui ciclomotores e motonetas.

Nos seis primeiros meses deste ano, Santana somou 242 casos, sendo 235 furtos.

O levantamento mostra que a rua Voluntários da Pátria, que cruza o bairro de Santana, ligando parte da zona norte até a região do aeroporto Campo de Marte e do terminal rodoviário do Tietê, foi a campeã, com 68 boletins de ocorrência (apenas quatro de roubos).

Em Santo Amaro, a soma tem, 208 registros policiais. Chama a atenção a quantidade de motos roubadas, 55 do total.

Bairros populosos como o Grajaú, Ipiranga, e Capão Redondo, todos na zona sul, também figuram na lista de maior número de ocorrências.

No Capão Redondo, o número de roubos (59) é maior que o de furtos (52).

Bela Vista (centro) e Vila Mariana (zona sul), conhecidos por suas áreas comerciais e vida noturna ativamostram altas taxas de ocorrência. "A elevada população flutuante nesses bairros, que cresce durante determinados períodos do dia ou da semana, pode contribuir para o aumento das estatísticas de crimes", diz o estudo.

Para Vitor Corrêa, coordenador da Tracker, nas regiões mais afastadas da cidade há uma exposição maior das motocicletas pelas ruas. "Gera oportunidade [para o ladrão]", diz.

Rafael Alcadipani, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que estes lugares estão mais desguarnecidos de policiamento ou de câmeras de segurança.

"Por isso, quando essas motos circulam nas franjas da cidade cria-se um ambiente mais favorável para o criminoso, que vai ter a certeza de que não será pego", afirma.

As motocicletas de baixa cilindrada são as preferidas dos ladrões, principalmente porque abastecem o mercado clandestino de peças.

"As motos se consolidaram como meio ágil de transporte atendendo diversos mercados, como o delivery, além do uso próprio para locomoção. Isso impacta diretamente no aumento da demanda de peças de manutenção, que muitas vezes são supridas pelo mercado paralelo", afirma o professor Erivaldo Vieira, da Fecap, coordenador do estudo.

O medo de perder o veículo fez disparar a procura por rastreamento. Corrêa afirma que de 2023 para cá houve um aumento de 56% na busca pelos serviço, cujo preço mensal parte de R$ 58.

Para Gilberto Almeida, presidente do Sindimoto-SP (o sindicato de entregadores), a sensação de insegurança está em toda a cidade de São Paulo. Ele diz que é preciso ficar atento em semáforos, principalmente se outras motocicletas com garupas se aproximarem. "Deixam o trabalhador com o carnê [do financiamento da moto] na mão."

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirma que, no caso da cidade de São Paulo, além das delegacias territoriais, a capital conta ainda com a Divecar (Divisão de Investigações sobre Furtos, Roubos e Receptações de Veículos e Cargas), que realiza operações e investigações para deter infratores, apreender peças veiculares e combater desmanches ilegais.

As ações realizadas em 2024 pela delegacia especializada possibilitaram a prisão de 203 infratores e a apreensão de 7.886 peças veiculares, incluindo de motocicletas.

"O trabalho de inteligência realizado pela Polícia Civil permite traçar ações estratégicas para coibir a ação de quadrilhas especializadas nesse tipo de crime", diz trecho do texto.

DICAS DE SEGURANÇA

  • Coloque trava de segurança
  • Evite deixar o veículo na rua e prefira estacionamentos fechados
  • Evite transitar em ruas desertas ou desconhecidas, principalmente durante o período da noite
  • Evite parar a motocicleta para mexer no telefone ou GPS
  • Busque sempre variar os horários e caminhos para que sua motocicleta não fique marcada
  • Fique sempre alerta a tudo que acontece ao redor, se perceber uma situação de risco, mude o seu trajeto e procure ajuda das autoridades
  • Quando sair para passear, dar preferência para andar em grupos de motociclistas
  • Exija a nota fiscal na compra de uma peça usada

Fonte: Tracker

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