Lideranças indígenas elogiam tema da redação do Enem
Temática é comemorada também por educadores após presidente Bolsonaro ameaçar interferir na prova
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Lideranças indígenas comemoraram nas redes sociais o tema da redação do Enem deste ano, que pediu aos candidatos para escrever sobre os "desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil".
O Enem começou neste domingo (13). O exame recebeu nesta edição o menor número de inscrições em 17 anos. Desde o início do governo Bolsonaro, alunos mais pobres, de escolas públicas, pretos e pardos foram os mais excluídos da prova.
Nas redes sociais, a deputada federal eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP) comentou que os direitos indígenas têm sido violados no país desde 1500, mas, sobretudo, nos últimos quatro anos.
"Desde a invasão em 1500 nossos direitos tem sido violados, sobretudo, nos últimos quatro anos onde declaradamente a atual gestão, que já derrotamos nas eleições, executava sua política de extermínio dos povos originários e comunidades tradicionais", disse Guajajara.
Célia Xakriabá (PSOL-MG), também eleita deputada federal, comemorou que o tema tenha entrado no Enem e disse esperar que a discussão se torne mais presente nas escolas.
"O tema da redação do Enem hoje é a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil! É tempo de olhar para a nossa ancestralidade, para a nossa cultura e para nossos povos originários. Que isso entre nas escolas e no imaginário de todos os brasileiros e brasileiras", disse.
A Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) também elogiou a escolha do tema.
"Neste momento, milhões de estudantes estão pensando e escrevendo sobre os povos originários do Brasil", disse a entidade.
A escolha do tema é também comemorada por vir após ataques do presidente Bolsonaro à prova e por tentativas de interferência de seu governo na elaboração da prova.
No ano passado, Bolsonaro chegou a dizer que "se pudesse interferir, não teria questão ideologizada ali" ao comentar o Enem.
A política indigenista do país foi uma das mais afetadas durante o governo Bolsonaro, com uma série de retrocessos na área e o aparelhamento da Funai. Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu criar o Ministério dos Povos Indígenas.
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