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Novas formas e liberdade de escolha devem marcar envelhecimento no Brasil

Especialistas destacam a multiplicidade de velhices e a necessidade de investir em saúde e conhecimento

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São Paulo

Os estereótipos de idosos que preferem ficar em casa, fazendo tricô, assistindo à televisão ou vendo filmes estão sendo substituídos por uma nova realidade. Cada vez mais, essas pessoas optam por estilos de vida ativos e sociais: vão a festas, dançam, cantam, praticam esportes, saem para se divertir e viajam com amigos.

A solidão é um dos grandes desafios da velhice; manter laços com amigos e familiares e participar de atividades em grupo é a chave para um bom envelhecimento - Pexels

"Hoje nós temos velhices múltiplas, muito diversas. É um leque amplo para envelhecer, com muita mais liberdade do que as gerações passadas", afirma a antropóloga Mirian Goldenberg, em entrevista ao podcast Modo de Viver.

Essa pluralidade de experiências se torna ainda mais relevante no cenário de um Brasil que está envelhecendo rapidamente. Em 2023, a população com 60 anos ou mais já representava 15,6% dos brasileiros, e as projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que, até 2070, esse número deve saltar para 37,8%.

O gerontólogo Alexandre Kalache, diretor do Centro Internacional de Longevidade no Brasil, disse em entrevista ao podcast Modo de Viver, que o envelhecimento trará impactos sociais e econômicos e isso exige novas formas de pensar o processo.

VEJA DICAS PARA ENVELHECER COM QUALIDADE E AUTONOMIA

  1. Alimentação

    Pesquisas apontam uma associação do consumo de alguns tipos de alimentos (como ultraprocessados) com o maior aparecimento de doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes e hipertensão, além de câncer. Evitar esses alimentos e aumentar o consumo de alimentos naturais como frutas e verduras reduz em até 10% o risco de desenvolver vários tipos de câncer e pode reduzir em até 23% o risco de demência.

  2. Hábitos

    Evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco e praticar atividade física reduzem os riscos de desenvolver doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, e melhoram a longevidade. Como a obesidade é um fator de risco também para Alzheimer, os cientistas afirmam que a redução do peso pode ajudar a reduzir os riscos de desenvolver doença degenerativa.

  3. Cabeça

    Manter-se cognitivamente ativo e aprender coisas novas ajudam a estimular a atividade cerebral e reduzir o risco de demência. Pesquisas já encontraram a baixa escolaridade como um fator de risco para demência, então obter uma educação escolar completa pode ser um fator preventivo.

  4. Autonomia

    Preserve suas vontades e preferências, mesmo que dependa de ajuda. Envelhecer com autonomia é fundamental para manter a autoestima.

  5. Conexões sociais

    Não deixe de socializar. A solidão é um dos grandes desafios da velhice. Mantenha laços com amigos e familiares, e participe de atividades em grupo.

Segundo Kalache, é necessário repensar as políticas públicas relacionadas envelhecimento, para que os idosos sejam vistos como pessoas produtivas, que continuam contribuindo para suas famílias, comunidades e a economia, em vez de um "fardo" para a sociedade.

"É essencial focar em dois aspectos: saúde, para garantir vitalidade, e conhecimento, devido à revolução tecnológica que acompanha o aumento da longevidade", afirma. "Quem não se adaptar e aprender continuamente ficará para trás, o que pode levar a anos de infelicidade, já que aos 60 anos, muitos ainda têm um terço da vida pela frente".

Para Goldenberg, o que também falta para os mais velhos é o diálogo. Ela relata que muitos idosos reclamam de se sentirem invisíveis e sozinhos. Primeiro porque seus amigos e familiares já faleceram e, segundo, porque os jovens estão sempre distraídos nos celulares.

"A única saída para uma boa velhice é muita escuta, muita atenção e muita conversa", afirma.

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