Por que envelhecemos e como tornar esse processo mais saudável

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São Paulo

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Você deve ter visto ou lido algo sobre o caso do vídeo em que três jovens ridicularizaram uma estudante universitária de 44 anos. A forma como as estudantes trataram sua colega diz muito sobre como a sociedade enxerga o envelhecimento.

Há anos, a medicina e a ciência buscam soluções para retardar ou eliminar os efeitos do envelhecimento no nosso corpo.

Por que envelhecemos? O nosso organismo passa por um processo de degradação natural das células. Elas se replicam e produzem cópias dos cromossomos que contêm o nosso DNA.

  • Com as replicações constantes, as pontas dos cromossomos que protegem as células contra o amadurecimento, chamadas de telômeros, encurtam, gerando o envelhecimento;

  • Outros fatores como exposição aos raios UV e o consumo de alimentos que liberam radicais livres na corrente sanguínea podem danificar as células e acelerar a degradação.

Zerar o envelhecimento natural celular é impossível. Existem formas de reduzir os radicais livres e regredir o processo natural, mas a questão é o quanto queremos interferir neste fenômeno.

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Ilustração Folha - Catarina Pignato

Mais do que uma preocupação com a saúde, a corrida para evitar esse processo natural é fruto de uma cultura imposta que busca apagar os sinais de envelhecimento nos meios artístico, publicitário ou comercial.

Hoje em dia, estudos e recomendações médicas evoluíram e têm como foco o envelhecer bem, com redução nos indicadores que pioram a saúde. Para isso, a ciência encontrou soluções. Listo três delas:

1. Alimentação: pesquisas apontam uma associação do consumo de alguns tipos de alimentos (como ultraprocessados) com o maior aparecimento de doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes e hipertensão, além de câncer. Evitar esses alimentos e aumentar o consumo de alimentos naturais como frutas e verduras reduz em até 10% o risco de desenvolver vários tipos de câncer e pode reduzir em até 23% o risco de demência.

2. Hábitos: evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco e praticar atividade física reduzem os riscos de desenvolver doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, e melhoram a longevidade. Como a obesidade é um fator de risco também para Alzheimer, os cientistas afirmam que a redução do peso pode ajudar a reduzir os riscos de desenvolver doença degenerativa.

3. Cabeça: manter-se cognitivamente ativo e aprender coisas novas ajudam a estimular a atividade cerebral e reduzir o risco de demência. Pesquisas já encontraram a baixa escolaridade como um fator de risco para demência, então obter uma educação escolar completa pode ser um fator preventivo.

Por que é importante: dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram uma tendência crescente de envelhecimento da população brasileira. De 2012 a 2021, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais aumentou de 11,3% para 14,7% entre 2012 e 2021. O número de brasileiros nessa faixa etária subiu de 22,3 milhões para 31,2 milhões, alta de 39,8% na década.

Ciência para viver melhor
Novidades de pesquisas sobre saúde e bem-estar

  • O consumo excessivo de álcool causa inflamação do cérebro e a liberação da interleucina IL-1beta que provoca uma cadeia inflamatória. Em pessoas com uma mutação no gene produtor da interleucina, esse estímulo pode aumentar sua concentração no cérebro e, ao longo do tempo, gerar dependência. Pesquisadores do Instituto Scripps estudam essa via molecular para o desenvolvimento de uma droga capaz de tratar o alcoolismo.
  • Um estudo identificou como populações tradicionais da Amazônia carregam em seu DNA uma proteção contra a doença de Chagas, transmitida pelo protozoário tripanossoma. A característica evoluiu ao longo de 7.500 anos e permitiu que povos indígenas se adaptassem à doença e não sofressem seus efeitos.
  • Cientistas mapearam pela primeira vez a estrutura completa da proteína p53, conhecida como "guardiã do genoma" e responsável por exercer inúmeras funções essenciais, como controlar o ciclo celular e combater as células tumorais. A pesquisa pode ajudar a identificar possíveis locais onde ocorrem mutações associadas ao surgimento de tumores no corpo.
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