No domingo (3), último dia da fase vermelha do Plano SP, a mais restritiva do plano de contenção do coronavírus, a Faculdade de Medicina da USP realizará uma prova de residência médica presencial com mais de 8.000 candidatos de todo o país.

A medida vem sendo criticada em grupos médicos de em redes sociais. “Chocante! A maior instituição de ensino em saúde desprezou a zona vermelha e vai fazer concurso gigantesco”, comentou um médico.

“Não é uma decisão acertada. O evento que vai atrair aglomeração, pessoas do país inteiro. É um desrespeito com a galera que vai se infectar depois disso”, disse outro residente.

“Os candidatos são todos médicos e a USP vai aglomerar mais de 8.000? Quantos desses ficarão doentes e quantos vão falecer?”, questionou outro.

Há também quem defenda a medida. “Seria um desafio logístico imenso mudar a data da prova. A situação da Covid não melhorará tão rápido e o maior complexo hospitalar da América Latina não pode ficar sem residentes.”

Em nota, a Faculdade de Medicina da USP informou que submeteu ao centro de contingência da Covid, do governo paulista, os protocolos para a realização da prova “com todos os procedimentos aplicáveis para assegurar o seu bom andamento preservando a saúde e a integridade dos envolvidos”.

Diz ainda que, nesta terça (29), o centro se reuniu e aprovou os procedimentos de segurança para a realização presencial da prova.

Entre as recomendações aos candidatos que constam no site da faculdade estão o não comparecimento ao local da prova se estiver com sintomas de Covid-19, usar máscara de proteção facial com cobertura total de nariz e boca e submeter-se à medição de temperatura na entrada do prédio.

Também será proibida a permanência de candidatos no saguão, área externa ou corredores do local de prova. Eles terão que levar álcool em gel a 70° para uso pessoal, garrafa de água (não será permitido beber água diretamente do bebedouro).