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Com aumento da demanda, Prefeitura de SP abre leitos e suspende cirurgias eletivas

Inquérito sorológico aponta que 25% da população paulistana já foi contaminada; taxa é maior entre mais pobres e mais jovens

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São Paulo

Com a explosão de novas internações por Covid-19, a Prefeitura de São Paulo vai abrir 555 leitos em hospitais da cidade, suspender cirurgias eletivas e contratar vagas em hospitais privados.

A ocupação de UTIs (unidades de tratamento intensivo) neste ano já está próxima do pico da primeira onda da doença na cidade, que ocorreu em maio do ano passado, ou já superou, em alguns casos.

Nos hospitais privados da cidade, por exemplo, a ocupação está em 81%, já maior do que os 78% registrados no fim de maio. Já nos hospitais da rede estadual que ficam na capital paulista, a ocupação de UTIs está em 80%, contra 83% no pior momento de 2020. Nos hospitais municipais, a ocupação hoje é de 75%, contra 84% em maio do ano passado.

A diferença, segundo o secretário da Saúde, Edson Aparecido, é que os pacientes internados hoje permanecem quase o dobro do tempo nos hospitais do que no ano passado.

Para conter esse avanço, 130 leitos de UTI serão abertos já na segunda-feira (15), 100 deles no hospital do M'Boi Mirim, 20 no Hospital Guarapiranga e 10 no hospital Luiz Gonzaga. A prefeitura ainda vai abrir mais 185 leitos de enfermaria na próxima semana, além de outros 240 em hospitais-dia (unidades em que o paciente precisa ficar menos de 12 horas no hospital).

Nesses hospitais dia, a prefeitura suspendeu as cirurgias eletivas, e vai converter as unidades em hospitais de baixa e média complexidade.

Para atender pacientes que não estão com Covid-19, a prefeitura lançou edital para contratar leitos privados de enfermaria e transferir pacientes da rede pública para esses locais, liberando as unidades públicas para pacientes infectados com a doença.

A prefeitura anunciou nesta sexta (12) os resultados de um novo inquérito sorológico, que constatou que 25% da população da cidade já teve contato com o vírus. Dentro do intervalo de confiança, essa taxa pode saltar para 28,7% da população. No primeiro inquérito feito, em junho, esse número estava em 9,8% de prevalência.

O vírus atingiu mais as regiões mais pobres de São Paulo, segundo os dados da prefeitura, que mostram que nas áreas de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) baixo a prevalência chega a 28,8%. Nas áreas de IDH médio, a taxa é de 25,4%. Nas regiões de IDH alto, cai para 20,1%.

Foi a zona sul a região mais impactada pelo vírus na cidade (28,6% de prevalência) e a região centro-oeste (centro e zona oeste) a menos afetada, com19,4%.

São os mais jovens os mais contaminados em São Paulo, segundo o inquérito sorológico, que foi feito por amostragem aleatória na área de abrangência das 472 unidades básicas de saúde da cidade e amostra de 5.760 pessoas.

Nas pessoas com idade entre 18 e 34 anos, a prevalência do vírus foi de 29,4%. De 35 a 49 anos, a taxa cai para 21,3%. De 50 a 64, 27%, e com 65 anos ou mais, 21,4%.

A prefeitura questionou o nível de isolamento da população testada. Entre as pessoas que não têm restrições para sair de casa, a prevalência do vírus foi de 35,6% . Já os que afirmaram estar sempre em casa, a prevalência cai para 18,5% (essas pessoas podem se contaminar se alguém da família se encontrou com uma pessoa infectada, por exemplo). E nos que saem de casa apenas para trabalhar ou para atividades essenciais, a taxa foi de 24,4%.

A partir de segunda-feira, pessoas com mais de 75 podem receber a primeira dose do imunizante em SP. Na capital, isso representa 115 mil idosos. Haverá 14 grandes drive-thru de vacinação, incluindo os novos no Parque Villa-Lobos (zona oeste), Shopping Campo Limpo (zona sul) e Shopping Aricanduva (zona leste). As vacinas também são aplicadas em 468 unidades básicas de saúde.

A prefeitura pediu nesta sexta para que o público que vai tomar a segunda dose do imunizante procure o período da tarde para se vacinar, e deixe o período da manhã, que costuma ser mais movimentado, para os idosos que tomarão a primeira dose.

A administração Bruno Covas (PSDB) anunciou também a suspensão das aulas em todas as redes, privada, estadual ou municipal, entre 17 de março e 1º de abril, para conter a disseminação da doença. Na quinta (11), o governo João Doria (PSDB) já tinha anunciado a suspensão das aulas na rede estadual, mas manteve a possibilidade na rede privada.

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