Variante ômicron é altamente transmissível e requer medidas urgentes, diz G7

Países também 'reconheceram a importância estratégica de garantir o acesso às vacinas'

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Berlim | AFP

A variante ômicron é "altamente transmissível" e requer "ação urgente", alertaram os ministros da saúde do G7 nesta segunda-feira (29) após reunião de emergência convocada por Londres.

"A comunidade internacional enfrenta a ameaça de uma nova variante altamente transmissível da Covid-19, que requer ação urgente", disseram os ministros em um comunicado conjunto após a reunião.

"Os ministros elogiaram o trabalho exemplar da África do Sul em detectar a variante e alertar os outros", acrescentaram, enquanto lamentaram as restrições impostas àquela nação.

Os países do G7 também "reconheceram a importância estratégica de garantir o acesso às vacinas", "preparar" os países para receber as doses, fornecer "assistência operacional, cumprir nossos compromissos de doação, abordar a desinformação sobre vacinas e apoiar a pesquisa e o desenvolvimento".

Os países do G7 também se comprometem a "continuar a trabalhar em estreita colaboração com a OMS e parceiros internacionais para compartilhar informações e monitorar a ômicron".

"Os ministros prometeram se reunir novamente em dezembro", disseram.

A nova variante representa um "risco muito alto" em todo o mundo, alertou a Organização Mundial da Saúde.

A lista de países em que foi detectada é crescente, principalmente na Europa, depois que os primeiros casos foram registrados em países do sul da África em novembro.

Quando a ômicron foi detectada? Em 23 de novembro de 2021, cientistas começaram a chamar a atenção para uma variante com um grande número de mutações, principalmente na proteína S, usada pelo Sars-Cov-2 para entrar nas células humanas; na quarta (24), ela recebeu a classificação B.1.1.529. Na foto, pessoa passa pelo Memorial Nacional de Covid, em Londres . Reuters/Tom Nicholson - 28.nov.2021

Onde ela apareceu? O sequenciamento foi feito na África do Sul, o que não quer dizer que a variante tenha surgido lá: o país tem investido na vigilância da pandemia e no sequenciamento genético do coronavírus, o que aumenta suas chances de encontrar mutantes; a primeira amostra com a variante que se conhece foi coletada em Botsuana; na foto, aeroporto de Kuait com avisos de distanciamento para evitar contágio de covid . /Asad - 28.nov.2021/Xingua

Porque ela foi chamada de ômicron? A OMS atribui letras gregas a mutações que considera variantes "de atenção" (que devem ter seus efeitos acompanhados) e "de preocupação" (que são mais transmissíveis ou causam mais danos, como a alfa e a delta, por exemplo); ômicron é a 15ª letra do alfabeto grego (clique no 'Leia mais' para saber por que ela pulou a 13ª e a 14ª). Na foto, manifestação durante referendo sobre certificado de Covid em Berna, na Suíça . /Arnd Wiegman - 28.nov.2021/Reuters

Por que os cientistas se preocuparam? Porque a variante tem muitas mutações, 50 no total, e mais de 30 na proteína S, usada pelo vírus para entrar nas células e, por isso, base na produção de vacinas; se sua estrutura é muito alterada, há preocupação de que os imunizantes percam eficácia contra ela. Na foto, avisos em janela de loja em Leipzig, na Alemanha, avisa que é preciso estar vacinado para entrar e a lotação é de seis pessoas. Reuters/Annegret Hilse - 28.nov.2021

Isso quer dizer que as vacinas não funcionam contra a ômicron? Ainda não se sabe. Segundo cientistas, pesquisas sobre isso, que estão sendo feitas 24 horas por dia, podem levar algumas semanas. Na foto, sinal vermelho em frente à OMC, que cancelou reunião por causa da nova variante, em Genebra, na Suíça . AFP/Fabrice Coffrini - 28.nov.2021

O que mais falta descobrir sobre a ômicron? Os cientistas estão tentando responder a cinco questões ainda em aberto: 1) é mais contagiosa?; 2) escapa das vacinas?; 3) quem já teve Covid pode se reinfectar?; 4) provoca doença mais grave?, e 5) como agem diagnóstico e tratamentos. Na foto, passageiros chegam a aeroporto de Tel Aviv, em Israel, que fechou suas fronteiras por causa da ômicron. AFP/Ahmad Gharabli - 28.nov.2021

As vacinas podem ser alteradas, se falharem com a ômicron? Sim. Fabricantes já estavam se preparando para a necessidade de adaptar as vacinas e já começaram a trabalhar em opções para a variante; a empresa alemã BioNTech, que produz vacina em parceria com a Pfizer, disse esperar resultados de testes em laboratórios em duas semanas e ser capaz de fornecer opções em 100 dias. Na foto, enfermeiro prepara dose de vacina anti-Covid da Pfizer/BioNTech em Lyon, na França . AFP/Jeff Pachoud - 27.nov.2021

Se ainda há muitas dúvidas, por que proibir viagens? Por precaução. Como a ômicron tem muitas mutações preocupantes, cientistas e governos tem preferido assumir o risco de ser cautelosos demais a esperar até ter todas as respostas. Na foto, passageiros passam por painel que indica voos cancelas em aeroporto de Johannesburgo, na África do Sul . AFP/Phill Magakoe - 28.nov.2021

Como se proteger da nova variante? As medidas de prevenção contra todas as variantes de Sars-CoV-2 são as mesmas: vacinar-se completamente, tomar o reforço quando oferecido, evitar aglomerações, proximidade física e lugares fechados, usar máscara quando o distanciamento não for possível, testar-se se tiver sintomas, avisar contatos e isolar-se. Se de fato as vacinas existentes forem menos eficazes contra a nova variante, será preciso reforçar as medidas não farmacèuticas de prevenção (máscara, distanciamento etc.). Na foto, funcionária fecha restaurante em Haarlem, na Holanda, que decretou toque de recolher . AFP/Olaf Kraak - 27.nov.2021

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