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Entenda o que é a febre do oropouche e como se prevenir

Edição da newsletter Cuide-se explica doença transmitida por mosquito que pode estar ligada a novos casos de microcefalia

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São Paulo

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Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou uma nota relatando preocupação com os possíveis riscos para grávidas pela infecção de febre do oropouche, com possibilidade de danos ao feto. E, na última quinta (18), a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), ligada à OMS, emitiu um alerta para novos casos na América Latina. Mas é motivo para preocupação? Podemos ter uma nova epidemia? É sobre isso que falo na edição de hoje.

Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito do mangue - Maria Luiza Felippe Bauer/Instituto Oswaldo Cruz

Alerta para o Oropouche

A febre do oropouche é uma doença viral transmitida principalmente por mosquitos do gênero Culicoides paraensis (diferente do Aedes, transmissor da dengue e chikungunya).

O vírus oropouche é endêmico em algumas regiões da América Latina, especialmente na Amazônia. A doença se manifesta com sintomas que podem incluir febre alta, dor de cabeça intensa, dores no corpo e nas articulações e, em alguns casos, erupções cutâneas.

No último sábado (20), pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgaram uma investigação de quatro mortes suspeitas relacionadas à febre do oropouche na Bahia. Esses casos acendem um sinal de alerta para a necessidade de reforçar a vigilância e as medidas de controle, especialmente em áreas endêmicas e regiões densamente povoadas.

Transmissão vertical

Além disso, tanto o Ministério da Saúde quanto a Opas, ligada à OMS (Organização Mundial da Saúde), investigam casos de transmissão vertical do oropouche da mãe para o bebê, o que pode acarretar em riscos no desenvolvimento fetal, incluindo microcefalia.

  • ! Relembre: a microcefalia é uma condição em que o cérebro do bebê não se desenvolve adequadamente, resultando em uma cabeça menor do que a média. Casos foram notificados no Brasil entre 2015 e 2016 quando o país vivia uma epidemia de zika.

Como se prevenir

Como toda arbovirose (infecção transmitida por mosquitos), a principal forma de prevenção da oropouche é o combate ao inseto. Veja abaixo algumas dicas para evitar a transmissão:

  • Eliminação de criadouros: assim como contra o Aedes, o combate ao Culicoides se dá pela remoção de qualquer foco de água parada em recipientes como vasos de plantas, pneus velhos e outros locais que possam servir de local para reprodução do inseto;

  • Repelentes: aplicar repelentes de insetos nas áreas expostas da pele e nas roupas pode reduzir o risco de picadas de mosquitos;

  • Dentro de casa: a instalação de telas em portas e janelas, além de mosquiteiros em camas e redes de dormir pode impedir a entrada dos insetos;

  • Atenção para os sintomas: se você mora em uma área endêmica para oropouche, fique atento a sintomas como febre, dor de cabeça e dores no corpo, e procure atendimento médico em caso de suspeita.

Há risco de epidemia?

Embora seja uma doença emergente, com potencial risco para a saúde pública, o país registrou, até o momento, 7.044 casos, sendo a maioria na região da Amazônia –onde é considerada endêmica.

Foram detectados casos no Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. Antes, eles ficavam restritos ao Norte do país.

Outro ponto importante é ampliar a comunicação dos riscos e das medidas preventivas individuais através de campanhas de conscientização e divulgação de orientações das autoridades de saúde. Manter-se informado e agir rapidamente em caso de surtos pode fazer a diferença na contenção do vírus.


CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Consumo de frutas pode prevenir depressão na terceira idade. Aumentar o consumo de frutas no início da vida adulta pode reduzir a possibilidade de ter sintomas depressivos no fim da mesma. Segundo um estudo da Universidade Nacional de Singapura, publicado na revista Journal of Nutrition, Health and Aging, pessoas que consumiram mais frutas apresentaram índices melhores de prazer e felicidade, menos danos neurológicos ligados à perda cognitiva e taxas reduzidas de inflamação no corpo.
  • Infecção pré-natal de zika causa danos imunológicos de longo prazo. De acordo com uma pesquisa da Cleveland Clinic (EUA) em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), publicada no periódico eBioMedicine, uma infecção durante a gestação pelo zika vírus pode provocar alterações imunológicas no feto que podem ter efeitos no sistema imunológico no longo prazo. O estudo avaliou amostras de sangue de bebês de mães que tiveram o vírus, e viu que os problemas podem persistir até dois anos após a infecção.
  • Vacinação contra a dengue no Paraná reduz infecções em quem já teve a doença. Em um estudo de eficácia na vida real (quando a vacina é aplicada na população), pesquisadores da Escola de Saúde Pública da USP em parceria com a farmacêutica Sanofi viram que a imunização em massa contra a dengue no Paraná em pessoas de 15 a 27 anos que já tiveram a doença reduziu drasticamente os novos casos do vírus em 2019 e 2020. O estudo avaliou a efetividade da vacina Dengvaxia, aprovada em 2015 e indicada somente para pessoas que já tiveram dengue com idade entre 9 e 45 anos. O artigo foi publicado na revista The Lancet Regional Health: Americas.

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