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Tinta que torna pele 'invisível' possibilita pesquisadores verem interior do rato em estudo

Processo é reversível e pode ajudar na identificação de condições como cânceres e doenças dos vasos sanguíneos

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Nancy Lapid
Reuters

Aplicar um tipo de corante utilizado em alimentos e que absorve a luz na pele pode torná-la transparente, permitindo que os pesquisadores vejam os vasos sanguíneos do couro cabeludo, o movimento dos órgãos sob a pele do abdômen e os músculos em funcionamento, segundo um estudo feito com ratos e divulgado na quinta-feira (5) na revista científica Science.

O processo inofensivo, que era reversível com uma rápida lavagem, pode ser útil em uma ampla gama de diagnósticos médicos, disseram os pesquisadores em um comunicado.

Um rato de laboratório em gaiola. Pesquisadores viram que usando um corante comum alimentício é possível tornar a pele dos animais transparente - Reuters

Injetar o corante —chamado tartrazina e comumente conhecido como FD&C Amarelo 5– pode levar a visões ainda mais profundas do corpo, especulam os autores.

Normalmente, o corpo não é invisível porque a luz se curva e se dispersa de maneira diferente ao passar por cada um dos diferentes tecidos e fluidos.

Quando dissolvidas em água, as moléculas de tartrazina são estruturadas de forma a se alinharem com a capacidade de curvar a luz da pele, ou seu "índice de refração". O corante absorve a luz azul e roxa e permite que a luz vermelha e laranja passe pelo tecido, resultando em transparência.

"Olhando para o futuro, essa tecnologia poderia tornar as veias mais visíveis para a coleta de sangue, tornar a remoção de tatuagens a laser mais direta ou ajudar na detecção precoce e tratamento de cânceres", disse Guosong Hong, da Universidade de Stanford, que ajudou a liderar a pesquisa.

"Por exemplo, certas terapias usam lasers para eliminar células cancerosas e pré-cancerosas, mas são limitadas a áreas próximas à superfície da pele. Essa técnica pode melhorar a penetração da luz."

Um comentário publicado com o artigo observa que H.G. Wells previu essa abordagem há muito tempo em seu romance O Homem Invisível.

"O protagonista inventa um soro que torna as células de seu corpo transparentes ao controlar precisamente seu índice de refração para combinar com o do meio ambiente circundante, o ar", escreveram Christopher J. Rowlands e Jon Gorecki do Imperial College London.

Agora, 127 anos depois, a equipe de Stanford relata "que corantes biocompatíveis tornam os tecidos vivos transparentes ajustando o índice de refração do meio ambiente circundante para combinar com o das células".

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