River de Gallardo vira modelo e times argentinos apostam na continuidade
Quatro das cinco primeiras equipes da liga local têm técnicos com pelo menos um ano no clube
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Há uma máxima no futebol de que o trabalho de um treinador só poderá atingir sua plenitude e dar resultados se ele tiver tempo para consolidar suas ideias. Marcelo Gallardo, técnico do River Plate (ARG), é um dos exemplos que reforçam essa tese.
Desde junho de 2014 no comando do time de Buenos Aires, o argentino de 42 anos colhe os frutos de um trabalho longo à frente do River, que disputa nesta terça-feira (18) a semifinal do Mundial de Clubes, contra o Al Ain (EAU), nos Emirados Árabes Unidos.
É o segundo Mundial com Gallardo à frente da equipe em três anos. Até sua chegada ao banco de reservas do Monumental de Nuñez, o clube tinha duas Libertadores e não disputava o Mundial desde 1996, com Gallardo no elenco e ainda em início de carreira.
Agora, soma quatro títulos continentais e busca ampliar o currículo de glórias internacionais com a conquista na Ásia --o gigante argentino tem apenas um Mundial na história, em 1986.
Sob a batuta do "Muñeco" (boneco, em espanhol), cujo trabalho é respaldado por dirigentes que o acompanharam em todo esse período como o presidente Rodolfo D'Onofrio e o secretário técnico Enzo Francescoli, o River Plate conquistou uma Copa Sul-Americana, duas Recopas, duas Libertadores, duas Copas Argentinas, uma Supercopa Argentina e uma Copa Suruga.
O sucesso do treinador virou uma espécie de modelo a ser seguido e dirigentes de outros clubes passaram a dar mais tempo de trabalho aos seus treinadores, algo pouco comum na Argentina, assim como acontece no Brasil.
O Boca Juniors conquistou o bicampeonato local nos dois anos em que Guillermo Barros Schelotto esteve à frente da equipe, além de ter chegado a uma semifinal e uma final de Copa Libertadores --o técnico não terá seu contrato renovado para 2019.
Dos cinco primeiros colocados do Campeonato Argentino, quatro deles têm profissionais com pelo menos um ano no comando da sua equipe.
O líder Racing trouxe Eduardo Coudet, de boa passagem pelo Rosario Central, em dezembro de 2017. Na terceira colocação, o Atlético Tucumán tem Ricardo Zielinski há um ano e meio.
Conhecido como "Russo", Zielinski ficou de 2011 a 2016 no Belgrano e também fez um bom trabalho com o time de Córdoba, levando-o à primeira divisão do país e rebaixando o River Plate.
O quarto colocado Huracán tem Gustavo Alfaro desde a metade de 2017 e está classificado para a Libertadores de 2019. Quinto time da liga, o Vélez Sarsfield conta com o ex-lateral da seleção Gabriel Heinze no comando há um ano e lidera a média de posse de bola do campeonato, com 59,5%.
Só o Defensa y Justicia, vice-líder, não tem um trabalho que supere um ano. Mas seu técnico, Sebastián Beccacecce, já conhecia o clube. O ex-auxiliar de Jorge Sampaoli trabalhou sete meses na instituição entre 2016 e 2017, somados aos seis que tem agora à frente da equipe.
No Brasil, só três técnicos que encerraram o Campeonato Brasileiro somam mais de um ano em seus clubes: Odair Hellmann, há um ano no Internacional, e Mano Menezes e Renato Gaúcho, em Cruzeiro e Grêmio respectivamente, ambos com pouco mais de dois anos.
Assim como o River com Gallardo, mineiros e gaúchos têm o que comemorar nos trabalhos de Mano, Renato e Odair. O primeiro conquistou o bi da Copa do Brasil, e o segundo somou uma Copa do Brasil e a volta de uma taça da Libertadores à sala de troféus gremista.
Odair Hellmann pegou um Inter que havia acabado de subir da Série B e o levou à Libertadores do ano que vem, brigando pelo título nacional.
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