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Descrição de chapéu Mundial de Clubes 2019

Decisivo de novo, Bruno Henrique vive rotina de ser o melhor pelo Fla

Atacante se destaca na vitória que leva o time à final do Mundial de Clubes

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Doha

Bruno Henrique passou escoltado por assessores de imprensa e seguranças do Mundial de Clubes da Fifa, nesta terça-feira (17), após a vitória do Flamengo por 3 a 1 sobre o Al-Hilal, da Arábia Saudita. Acelerava o passo para receber o troféu de melhor em campo.

A cena não era inédita. Neste ano, o atacante também foi eleito o principal nome das conquistas rubro-negras do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores. Também tornou-se o grande motivo pelo qual o time voltou à final do Mundial, disputado na cidade de Doha, no Qatar.

O adversário na decisão de sábado (21), às 14h30, será Liverpool (ING) ou Monterrey (MEX). As equipes se enfrentam nesta quarta-feira (18), no mesmo Khalifa International Stadium que viu a classificação brasileira.

Bruno Henrique desempatou a partida com o segundo gol flamenguista e ainda foi o responsável pelos principais lances ofensivos do time, às vezes trocando de posição com Gabriel e atuando como centroavante. Deu passe para o empate e só não anotou o terceiro porque o zagueiro Al-Bulayhi empurrou a bola para dentro.

“Eu mudei de posição com o Bruno porque ele é forte na bola aérea. Faz a diferença”, disse Gabriel.

Em grande parte por causa de Bruno Henrique, os cerca de 10 mil torcedores brasileiros que estavam no estádio terminaram a partida cantando que a “hora do Liverpool vai chegar”.

“A torcida fez o esforço para estar ao nosso lado no Qatar. O que a gente pode fazer é dar essa alegria a eles”, afirmou o melhor em campo.

Estar na final do Mundial é também uma recompensa para o jogador, que fez de tudo para deixar o Santos no final do ano passado por causa da proposta do Flamengo.

Pelo time da Gávea, em 2019, já conquistou três títulos (começou a temporada ganhando o estadual). O Mundial seria a cereja do bolo para quem no começo de 2018 chegou a ouvir comentários de que não voltaria mais a atuar em alto nível. Ele havia sofrido lesões no olho após receber uma bolada em partida do Campeonato Paulista.

Bruno Henrique comemora segundo gol do Flamengo em Doha - Ibraheem Al Omari/Reuters

Mas houve um momento da semifinal em que foi difícil pensar que o meia-atacante seria o melhor em campo. Nem ele, nem ninguém do Flamengo. O Al-Hilal dominou os primeiros 45 minutos e foi para o intervalo vencendo por 1 a 0, gol marcado por Al-Dawsari. O lado esquerdo da defesa brasileira era uma avenida, e os árabes poderiam ter anotado mais vezes.

“Mais agressividade”, pediu Jorge Jesus aos seus comandados no vestiário, segundo relatos dos laterais Rafinha e Filipe Luís.

Foi o que aconteceu. Tal qual na final da Libertadores diante do River Plate (quando o Flamengo também foi dominado e virou na etapa final), houve a aposta de que o Al-Hilal não conseguiria sustentar o mesmo sistema de marcação e contra-ataque por 90 minutos. “Percebemos que eles estavam cansando”, disse Gabriel.

Era tudo o que Bruno Henrique precisava. Ele passou a ganhar todas as jogadas, fosse pelo alto, em velocidade ou partindo com a bola para cima da marcação.

Foi dele o passe para o gol de Arrascaeta, jogada que acalmou toda a equipe brasileira e sua torcida por ter acontecido logo aos três minutos do segundo tempo. O meia-atacante poderia até ter tentado finalizar, mas teve a presença de espírito para perceber que, se rolasse para o uruguaio, o gol estaria aberto.

Não foi apenas o instante que animou os jogadores em campo. Mudou também o espírito da torcida, que havia ficado calada em alguns momentos do primeiro tempo. Tão quieta que permitiu ouvir os cerca de 300 fãs do Al-Hilal presentes no estádio.

A virada virou questão de minutos, porque o adversário não conseguia mais atacar. Veio aos 32, com Bruno Henrique de cabeça (como lembrou Gabriel para justificar a troca de posições) e foi completada aos 38, com o gol contra.

Nenhum flamenguista percebeu ou estava preocupado com isso após a classificação, mas o Flamengo quebrou uma escrita. Jamais no Mundial de Clubes um sul-americano saiu atrás no placar na semifinal e conseguiu a vaga na decisão.

Internacional (2010), Atlético-MG (2013), Atlético Nacional-COL (2016) e River Plate-ARG (2018) ficaram pelo caminho na busca de um título que, para eles, seria o maior de todos. Todos levaram o primeiro gol e não reagiram.

O clube rubro-negro evitou também que a ausência de um representante da Conmebol na final se tornasse rotina. Se o Al-Hilal avançasse, seria o segundo ano consecutivo que uma equipe da Ásia estaria na final. Em 2018, o Al-Ain, dos Emirados Árabes, tirou o River Plate (ARG) para decidir o título e ser derrotado pelo Real Madrid (ESP).

Para usar uma expressão utilizada pelo substituto Diego, que entrou com o placar empatado e ajudou a mudar a partida, quando pressionado, o Flamengo mostra estar “em um patamar superior”. O consenso entre os jogadores era que a semifinal deste torneio era a armadilha em que o sul-americano sempre entra pressionado, muito mais que o europeu.

“A equipe que a gente enfrenta nunca tem nada a perder. E o time do Al-Hilal é muito bom”, declarou Filipe Luís.

Ninguém fala em nervosismo, mas o Flamengo está a 90 minutos de uma façanha que não acontece no Brasil desde 1962: o mesmo time vencer estadual, Brasileiro, Libertadores e Mundial.

Para alguns jogadores da equipe carioca, o discurso oficial foi tentar tirar o peso dos ombros e empurrá-lo para o Liverpool, embora digam que não escolhem adversário. Não é uma tática nova no futebol chamar o rival de favorito.

Isso passa por Jorge Jesus. O treinador português admite que sábado será a noite (no Qatar) mais importante da sua carreira, com potencial para viver sua partida mais memorável no futebol. E ele transmitiu a mensagem para o elenco.

Tudo isso será possível por causa de todo o grupo de jogadores (“o melhor com o qual já trabalhei”, disse o treinador), mas especialmente devido à presença de Bruno Henrique. O atacante terá a chance de, com a vitória sobre Liverpool ou Monterrey, ser eleito mais uma vez o melhor.

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