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Descrição de chapéu Tóquio 2020 Coronavírus

Japoneses estão céticos sobre manter Olimpíada na data prevista

Jogos de Tóquio-2020 estão cada vez mais pressionados por pandemia do coronavírus

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São Paulo | AFP

Diante da pandemia do coronavírus, os japoneses estão cada vez mais céticos em relação à necessidade de se disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio nas datas previstas, de 24 de julho a 9 de agosto, custe o que custar.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse no sábado (14) e novamente na terça (17) que Tóquio sediará os Jogos Olímpicos como previsto, apesar das dúvidas crescentes devido à propagação da Covid-19, que já causou o adiamento ou cancelamento de diversos eventos esportivos no mundo.

Considerando a região onde está localizado, o Japão soma relativamente poucos casos de infectados por coronavírus, com 814 contágios confirmados e 24 mortes registradas. Os habitantes de Tóquio, porém, começam a mostrar um certo receio com a iminente chegada de visitantes estrangeiros para os Jogos.

Um dos vice-presidentes do Comitê Olímpico do Japão, Kozo Tashima, disse nesta terça que contraiu o vírus, mas que está bem e seguindo o tratamento recomendado pelos médicos.

"Mesmo se o Japão conseguir dar a volta por cima nessa crise, não deveríamos receber visitante do mundo inteiro", ponderou Koki Miura, 27, funcionária de uma empresa de serviços de internet, entrevistada pela AFP nesta segunda-feira (16) nas ruas de Tóquio.

"Acredito que seria preferível deixar [a pandemia] passar", completou, sugerindo um adiamento dos Jogos em vez do cancelamento do evento. "Não podemos sacrificar a vida das pessoas por isso."

"Pessoalmente, acredito que seria melhor adiar os Jogos por um ano, como sugere o presidente [dos Estados Unidos] Trump. Olhem o pânico atual", afirmou o aposentado Masao Sugawara, 90.

"Com exceção da guerra, nunca havia estado tão preocupado", completou, ressaltando que um adiamento dos Jogos seria "decepcionante".

Ruas de Tóquio estão repletas de referências aos Jogos Olímpicos de 2020 - Edgard Garrido/Reuters

Em uma enquete com 1.000 participantes publicada nesta segunda-feira pela agência de notícia japonesa Kyodo, 69,9% das pessoas indagadas afirmaram não acreditar que Tóquio poderá sediar os Jogos nas datas previstas.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, declarou na semana passada que o cancelamento dos Jogos era algo "impensável".

A decisão final será responsabilidade do Comitê Olímpico Internacional (COI), que planeja seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O presidente do COI, Thomas Bach, se reúne nesta terça-feira (16) em videoconferência com as federações esportivas internacionais. Enquanto isso, em resposta enviada à AFP, o COI afirmou nesta segunda-feira que sua posição não mudou.

"A 19 semanas da abertura dos Jogos, as numerosas medidas tomadas no mundo pelas autoridades nos dão confiança e nos permitem continuar confiantes em organizar os Jogos para reunir o mundo inteiro na paz", afirmou a entidade.

A entidade também declarou "estar orgulhosa da solidariedade e da flexibilidade" demonstradas por atletas, federações internacionais e comitês nacionais olímpicos diante dos "desafios em torno da classificação [dos atletas para os Jogos] em vários esportes".

O COI "coopera estreitamente" com todos os agentes envolvidos e "demonstra toda a flexibilidade necessária para adaptar os sistemas de classificação" para os Jogos, concluiu.

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