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Chefe da polícia é demitido após tragédia com 125 mortos em estádio na Indonésia

Polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo contra as arquibancadas lotadas, o que provocou pânico e correria, dizem testemunhas

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Marchio Gorbiano
Malang (Indonésia) | AFP

Em meio a comoção nacional e indignação crescente, a Indonésia busca explicações para a tragédia no estádio Karnjurhan, na cidade de Malang, onde 175 pessoas morreram, sendo 32 crianças, e 323 ficaram feridas após um tumulto durante uma partida de futebol. O chefe da polícia local foi destituído, e nove oficiais acabaram suspensos.

A confusão começou quando torcedores do Arema FC invadiram o gramado depois que o time perdeu por 3 a 2 para o Persebaya Surabaya, a primeira derrota para o rival em mais de duas décadas.

A polícia respondeu atirando bombas de gás lacrimogêneo contra as arquibancadas lotadas, o que provocou uma corrida desesperada dos torcedores. Como os portões do estádio eram pequenos, muitas pessoas foram esmagadas ou asfixiadas, segundo testemunhas.

Torcedores indonésios fazem vigília após tragédia com 125 mortos em jogo de futebol - Ajeng Dinar Ulfiana/Reuters

As forças de segurança chamaram o incidente de "motim", no qual dois agentes morreram, mas os torcedores acusaram a polícia de exagerar na resposta e provocar a morte de muitas pessoas.

Nesta segunda-feira (3), foram aplicadas as primeiras sanções: o chefe da polícia de Malang, Ferlo Hidayat, foi destituído, e nove agentes foram suspensos, anunciou o porta-voz da Polícia Nacional, Dedi Prasetyo.

Ele indicou que os investigadores estão analisando as imagens das câmeras de segurança do estádio e apontou que 28 policiais foram interrogados, especialmente sobre o uso de gás lacrimogêneo no estádio.

O presidente do Arema FC, Gilang Widya Pramana, pediu desculpas e se responsabilizou pelo incidente.

"Como presidente do Arema FC, assumirei toda a responsabilidade do ocorrido. Peço desculpas profundas às vítimas, a seus familiares, a todos os indonésios e à Liga 1", disse.

Grupos de defesa dos direitos humanos exigiram uma comissão independente e cobraram que os policiais sejam responsabilizados pelo uso de gás lacrimogêneo em um espaço fechado.

As críticas à polícia são cada vez mais intensas. O técnico do Arema FC, o chileno Javier Roca, disse que "alguns torcedores morreram nos braços dos jogadores".

"Os jovens passavam com as vítimas nos braços. Acho que a polícia ultrapassou os limites", declarou à rádio espanhola Cadena Ser.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, considerou a tragédia um "dia sombrio para o futebol".

Indenização às famílias

"De acordo com as últimas informações que recebemos, das 125 pessoas que morreram no acidente, 32 eram crianças, sendo a mais jovem um menino de três ou quatro anos", declarou Nahar, do Ministério do Empoderamento das Mulheres e da Proteção da Infância –que, como muitos indonésios, tem apenas um nome.

O presidente indonésio, Joko Widodo, ordenou uma indenização às famílias das vítimas.

"Como sinal de condolências, o presidente doará 50 milhões de rupias [US$ 3.200 ou R$ 16,5 mil] para cada vítima falecida", disse o ministro da Segurança, Mahfud MD, que prometeu a entrega do dinheiro em um ou dois dias.

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