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Brasil terá no Qatar seu 3º time mais experiente na história das Copas

Apenas seleções de 2006 e 1962 tinham mais atletas com participações anteriores no torneio

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São Paulo

Além de ter mais opções ofensivas, Tite usou o aumento do número de inscritos para montar uma das seleções mais experientes já convocada pelo Brasil para a Copa do Mundo.

Por causa do tempo seco e do possível calor, a Fifa autorizou que 26 jogadores estejam disponíveis para cada equipe no Qatar. Dos escolhidos pelo treinador, dez já disputaram o torneio em anos anteriores.

Thiago Silva em treino da seleção brasileira; zagueiro vai para a sua quarta Copa do Mundo - Lucas Figueiredo - 16.jun.2021/AFP

Dos Mundiais neste século, apenas a delegação de 2006 tinha um número maior de atletas experientes: 12.

Tite chamou, agora, Alisson, Ederson, Danilo, Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva, Casemiro, Fred, Neymar e Gabriel Jesus que já disputaram Copa. À exceção de Daniel Alves (presente em 2010 e 2014), todos estiveram presentes em 2018. Thiago Silva (2010, 2014 e 2018) vai para o quarto Mundial. Neymar (2014 e 2018), para o terceiro.

"Experiência conta, assim como o momento, a capacidade de concentração do atleta. Uma série de fatores é levada em consideração. A carreira toda e o nível que se mantém", disse Tite após divulgar a lista de convocados, para explicar suas escolhas.

Na história do único país a participar de todas as Copas, apenas duas vezes o Brasil inscreveu mais jogadores com experiência no torneio. Além dos 12 em 2006, há o recorde de 1962. Aymoré Moreira tirou o máximo da base campeã mundial e levou para o Chile 14 nomes remanescentes da campanha de 1958.

Os dez de 2022 igualam o mesmo número de 1994, quando o Brasil voltou dos Estados Unidos com o título.

O treinador afirma que usar uma base que esteve presente em 2018 é natural. Ele mesmo diz que apenas ficou para a Copa do Qatar pelo que apresentou na Rússia. Mas não foi algo proposital. A preferência, na verdade, foi pela versatilidade, por ter também jogadores que possam fazer diferentes funções e deem opções táticas dentro das partidas.

"O Danilo, ontem [domingo], jogou de zagueiro e pode fazer a função de lateral. O Militão também. Temos jogadores versáteis na defesa e, na frente, temos [atletas] com cada vez mais desempenho nos seus clubes. É uma equipe equilibrada, mas qualitativa. A qualidade dos atletas nos permite estas escolhas", completa.

Nos 22 Mundiais (incluído o deste ano), apenas duas vezes o Brasil entrou na disputa sem convocados com experiência prévia. No de 1930, obviamente, por ser o primeiro, e no de 1950. A primeira Copa no Brasil –a do Maracanazo– ocorreu após um hiato de 12 anos causado pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O primeiro a vestir a camisa brasileira em dois torneios consecutivos foi o atacante Carvalho Leite, chamado em 1930 e o único a permanecer na equipe para 1934. Era uma época em que o país não conseguia se destacar, em parte por problemas internos e brigas políticas entre dirigentes. No torneio inaugural, o Brasil foi eliminado na fase de grupos. Quatro anos depois, caiu na estreia.

Desde então, bases se estabeleceram e foram mantidas de um ciclo mundialista para o outro. A geração de 1958, por exemplo, durou até 1970, quando Pelé foi campeão no México. O Brasil vencedor de 1994 ficou vivo até 2006, com Cafu e Ronaldo.

Na seleção que vai ao Qatar, Daniel Alves e Thiago Silva remetem ao elenco de Dunga eliminado pela Holanda nas quartas de final em 2010, na África do Sul.

O que chama a atenção é o número de convocados de Tite que atuam na Premier League. Nunca o Brasil teve tantos jogadores na primeira divisão da Inglaterra e 12 deles vão vestir a camisa amarela no Qatar:Alisson, Ederson, Fabinho, Fred, Casemiro, Lucas Paquetá, Bruno Guimarães, Antony, Richarlison, Gabriel Jesus, Martinelli e Thiago Silva.

Dos 26 relacionados, apenas três estão no futebol brasileiro. Um no Palmeiras (Weverton) e dois no Flamengo (Éverton Ribeiro e Pedro).

Entre os clubes do exterior, Manchester United (Fred, Casemiro e Antony), Juventus (Bremer, Danilo e Alex Sandro) e Real Madrid (Eder Militão, Vinicius Junior e Rodrygo) são os que têm mais convocados.

"Remete a um aspecto estrutural do futebol de uma maneira geral, investimento financeiro... Precisaríamos de um simpósio para falar deste tema. Sobre desigualdade, precisamos ter cuidado com os cortes. Há uma série de recortes que podemos pegar para que a gente possa entender", finalizou Tite, sobre a já histórica presença de poucos atletas que atuam em clubes nacionais entre os convocados.

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